
Rio Grande do Sul - Um ciclone extratropical de intensidade excepcional e características raras avança em direção ao Rio Grande do Sul, prometendo transformar a semana em um cenário de alto risco meteorológico. O sistema, que atuará de segunda (8) a quinta-feira (11), deve trazer impactos severos e prolongados para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, com chuva excessiva, tempestades destrutivas e ventanias extremas.
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O fenômeno chama a atenção pelos parâmetros incomuns: formação sobre o continente, deslocamento lento e errático, e uma pressão atmosférica que pode cair a níveis recordes. Modelos indicam pressão entre 985 hPa e 990 hPa no Rio Grande do Sul, valores que não eram observados desde o furacão Catarina, em 2004 – ressalvando-se que o sistema atual não é um furacão, mas um ciclone extratropical de grande poder.
Segunda-feira (8): O início da instabilidade
A partir da tarde, um centro de baixa pressão se aprofunda sobre a Argentina, influenciando o tempo no Brasil. Áreas de instabilidade se espalham pelo Sul, Sudeste e Centro-Oeste, trazendo chuva, raios e temporais isolados. Em alguns locais, as pancadas podem ser fortes a torrenciais, com risco pontual de granizo e vendavais.
Terça-feira (9): Formação do ciclone com risco elevado
O sistema se organiza como um ciclone extratropical sobre o Oeste gaúcho, com pressão central de cerca de 994 hPa. A instabilidade se torna generalizada no Sul do país, com chuva persistente. O risco de tempestades severas, com vendavais e granizo, é alto no Centro-Sul brasileiro. Uma linha de instabilidade pode se formar, avançando do Oeste e trazendo tempo severo para Mato Grosso do Sul e interior paulista. À noite, os ventos começam a se intensificar no Rio Grande do Sul, com rajadas entre 60 km/h e 90 km/h.
Quarta-feira (10): O dia mais crítico da ventania
O ciclone atinge seu ápice de intensidade, com pressão central estimada entre 982 hPa e 984 hPa, próximo ao Sul do RS. As chuvas ficam mais isoladas, mas o grande perigo será a força dos ventos. Rajadas entre 80 km/h e 100 km/h são esperadas em grande parte do Sul e Sudeste, podendo superar 130 km/h em áreas do Litoral e da Serra Gaúcha e Catarinense. No Litoral Norte de SC e na Serra do Mar de SP e MG, as rajadas também podem ser muito fortes, entre 100 km/h e 130 km/h. É um dia para evitar deslocamentos e redobrar a atenção.
Quinta-feira (11): O sistema começa a se afastar
O ciclone inicia seu deslocamento para o oceano, mas ainda mantém ventos fortes na madrugada, especialmente no litoral e em áreas serranas, com rajadas entre 70 km/h e 100 km/h. Ao longo do dia, a condição melhora gradualmente, com os ventos perdendo força na maior parte do país.
Alertas e recomendações:
Diante da previsão de um evento prolongado e perigoso, a população das áreas afetadas deve acompanhar os boletins oficiais das defesas civis municipais e estaduais. Recomenda-se:
- Evitar áreas de risco como encostas, rios e baixadas.
- Não transitar ou se abrigar sob árvores, placas e estruturas vulneráveis durante ventos fortes.
- Ter cautela em deslocamentos, especialmente na quarta-feira.
- Garantir a fixação de objetos que possam ser arremessados pelo vento.