Caxias do Sul acende alerta para crescente no número de focos da dengue

Pontos de acúmulo de água com reprodução do mosquito Aedes já ultrapassam a metade do total registrado em 2022

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15:55 - 12/04/2023

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Caxias do Sul ascende alerta para crescente no número de focos da dengue

Foto: Priscila Piletti/divulgação

A crescente no número de focos do mosquito da dengue nos últimos anos acendeu um sinal de alerta em Caxias do Sul. Até o momento, foram contabilizados 411 pontos de acúmulo de água, com a reprodução do vetor, espalhados por diversos bairros do município. O número já ultrapassa a metade do montante (728) registrado em todo o ano de 2022. Estes dados foram divulgados pela Prefeitura em coletiva de imprensa, na manhã desta quarta-feira (12), com o intuito de convocar a conscientização da população, já que mais de 70% dos focos estão concentrados em terrenos de residências.

O diretor técnico da Vigilância Ambiental em Saúde, Rogério Poletto, divulgou o índice de infestação do Aedes aegypti (LIRAa), que classifica em baixo (menor que 0,9%), médio (entre 1 e 3,9%) e alto risco (acima de 3,9%) os níveis de presença do mosquito. Os bairros Mariani e Reolon lideram a tabela, com indicador de 3,1%, seguidos por Desvio Rizzo e Charqueadas (2,2%), Fátima e Pioneiro (1,6%), e Centro e Pio X (1,4%).

“Há uma adaptação do mosquito. E essa adaptação é gradual. […] Caxias do Sul é uma região de Serra, é uma região mais alta, nosso clima aqui no Estado é subtropical. Então tudo isso dificulta, biologicamente, o mosquito. Mas essa adaptação veio vindo, veio crescente, que chegou um ponto em que ele [mosquito] se adaptou. E isso a gente vê nessa crescente de focos que a gente encontra. Em 2021 encontramos mais 200 focos. No ano passado já foram mais de 700, e a gente já está numa perspectiva de que vai chegar nesse número ou ultrapassar, este ano”, afirmou o diretor de Vigilância Ambiental.

 

Apesar disso, Caxias do Sul ainda não registrou casos de dengue contraídos em seu território. São 10 positivados para a doença, neste momento, que fazem parte dos chamados casos importados. Dentro do índice LIRAa, o município, como um todo, está na marca 0,8%.

Segundo Poletto, foram realizadas mais de 39 mil inspeções em imóveis e pontos estratégicos, dos quais foi possível evidenciar que os criadouros do Aedes estão, na maior parte das vezes, em caixas d’agua, tonéis, barris, baldes e bombonas. Pneus e potes também aparecem na lista. O diretor ainda apontou que o cuidado deve ser geral, buscando desmistificar o pensamento de que os focos estão, somente, em bairros periféricos e de situação de vulnerabilidade social.

A secretária da Saúde, Daniele Meneguzzi, defendeu uma união de esforços para evitar a proliferação do mosquito, que pode, também, transmitir outras doenças como Zika e Chikungunya.

“Nós temos o fato do inverno, que muitas pessoas acham que mata o mosquito, mas isso não acontece. A partir do momento em que a temperatura sobe, as ovas seguem se desenvolvendo. A gente tem que permanecer com este cuidado, eliminando os focos de água parada, descartando lixo da forma correta, cuidando do seu quintal, cuidando da sua residência, denunciando locais em que possa haver acúmulo de lixo ou de água parada”, ressaltou.

Estiveram reunidos o prefeito Adiló Didomenico, as secretarias da Saúde e do Meio Ambiente, a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) e a Coordenação de Relações Comunitárias.

Bota-fora

Presente no encontro, a diretora-presidente da Codeca, Maria de Lourdes Fagherazzi, anunciou a ação Bota-fora, que ocorrerá no bairro Reolon, no dia 27 de abril. Os moradores da localidade poderão colocar itens que desejam descartar nas calçadas das ruas onde passam o ônibus do transporte coletivo. As equipes da Companhia vão coletar os resíduos das 8h às 16h. Ela atenta que materiais de construção não serão recolhidos.

Dicas para evitar a proliferação do mosquito

  • esvaziar as caixas d’água da chuva e colocar telas nos ladrões e o cano de entrada da calha dessas caixas;
  • instalar telas em ralos externos, de sacadas e de áreas de serviço;
  • secar piscinas plásticas e guardá-las em local coberto;
  • manter piscinas fixas com tratamento de cloro;
  • limpar sacadas de apartamentos vazios, pois as folhas tapam os ralos e acumulam água nas sacadas;
  • recolher lixos, ensacá-los e colocá-los para a Codeca recolher no dia correto;
  • limpar terrenos baldios;
  • recolher pneus inservíveis e armazená-los em locais secos e protegidos da chuva, ou encaminhá-los à Central de Armazenamento de Pneus Inservíveis da Codeca;
  • não manter pratinhos em vasos de plantas;
  • guardar brinquedos em locais cobertos;
  • não guardar água da chuva em baldes, tonéis e regadores.

 

 

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