No próximo mês de novembro acontece nos Emirados Árabes o “Abu Dhabi World Professional Jiu Jitsu”. O evento que é considerado um dos maiores torneios da modalidade reunirá milhares de atletas de todo o mundo e a cidade de Bento Gonçalves será representada. Andryo Patrick, Bruno Piva, Diego Oliveira e Douglas Ramos estão treinando incessantemente para representar a cidade e, também, a Garra Team.
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A partir do dia 10 de novembro os fãs, praticantes e entusiastas do Jiu-Jitsu do mundo estarão com os olhos voltados para Abu Dhabi pois grandes nomes da modalidade, bem como novos atletas se enfrentarão em busca da ascensão ao topo. Dentre estes lutadores estão os quatro bento-gonçalvenses que diariamente trabalham para conquistar o mundial.
Andryo, de 17 anos, e Douglas, de 27, participaram deste mesmo torneio no último ano e também puderam treinar por mais de um mês com outros lutadores de alto nível. Esta experiência, segundo eles, têm grande valia na preparação que está sendo feita. Quem também se beneficia com o conhecimento da dupla são seus colegas Bruno e Diego, de 34 e 18 anos, respectivamente.
Maturidade e experiência são diferenciais deste ano para Andryo
Sobre o que aprendeu em seu primeiro mundial, Andryo destaca que sente-se mais maduro e, para esta edição, até fará o conhecido “corte de peso” para chegar nos 60 quilos. “A vivência de um ano para cá me fez evoluir bastante. O Douglas Ramos vem me treinamento há tempo já, e vem colocando mais ritmo em mim” conta.
Neste ano de 2022, para estar mais “afiado” em seu ritmo de luta, o jovem faixa azul competiu diversas vezes, chegando a uma média de três torneios por mês. Desde campeonatos no Rio Grande do Sul até São Paulo, Andryo testou-se contra variados adversários pelo país.
Novo desafio no peso e na responsabilidade
A constante busca por aprimoramento nas artes marciais levou Douglas Ramos a buscar mais desafios em 2022. Além da questão física em uma mudança de categoria, ele acrescentará uma responsabilidade ao ir como professor dos outros três lutadores.
“Esse ano estou tentando focar como professor também. Levar essa gurizada lá, ajudar para eles terem o primeiro lugar, conseguirem chegar e ser campeões, trazer esse título para Bento Gonçalves” revela.
Para Douglas, que já lutou até no Japão, a experiência de 2021 no último World Pro foi única, e isso foi um fator que motivou o faixa preta a se desafiar ainda mais. Neste ano, lutará com 62 quilos e, por isso, já trabalha para conseguir perder 10 quilos. Ele costumava lutar nesta divisão, porém nos anos recentes estava competindo em uma categoria acima, mais pesada.
Primeira vez competindo fora do Brasil
Se para Andryo e Douglas esta já não é a primeira vez lutando do outro lado do planeta, Bruno e Diego estão prestes a viver a experiência pela primeira vez.
Diego, faixa azul que deu seus primeiros passos no Jiu-Jitsu através do projeto social da Garra Team, já lutou em inúmeros torneios nacionais, porém, a ida até Abu Dhabi, segundo o próprio, é algo “mágico” e lutar fora do país sempre foi um sonho. Agora, com o seu desejo de infância prestes a tornar-se realidade, o jovem de 18 anos tem se dedicado ainda mais.
“A preparação está sendo feita. Treino duro todo santo dia, três treinos por dia. Está complicado, mas não vamos para passear lá.”
Oliveira também terá de perder cerca de 10 quilos para atingir os 62 de sua categoria. Ele garante que a ansiedade pré competição está sendo canalizada no desafio contra a balança e nos treinamentos.
Trabalho, família e campeonato mundial de Jiu-Jitsu
Dos quatro atletas que vão a Abu Dhabi, o faixa azul Bruno Piva é o único que não vive do Jiu-Jitsu, o que não quer dizer que ele não se dedique como seus colegas de treino. Diariamente o bento-gonçalvense calcula os segundos para conciliar seu trabalho, família e a preparação das lutas.
“Tem que conciliar tudo. A gente treina, academia, preparação, o filho que envolve também. A gente tem que conciliar tudo para poder chegar lá 100%“.
Segundo Bruno, além do desafio contra a balança para o corte de peso, é preciso estar com psicológico fortalecido para encarar o desafio em nos Emirados Árabes.
Custos também são desafio a ser superado
Competir o mundial de Jiu-Jitsu é um sonho que, além de difícil dentro do tatame, exige um investimento alto por parte dos lutadores. Para conseguir ajudar com as despesas de passagens e outros gastos, os quatro atletas estão vendendo camisetas. Cada um tem um modelo diferente e as peças são vendidas diretamente por eles. Os interessados podem entrar em contato com o Andryo, Bruno, Diego e Douglas através de suas redes sociais.