Comportamento

Aumento de casos de suicídios preocupa autoridades em Farroupilha

casos de suicídio
Foto: Cristiano Lemos/Grupo RSCOM

A alta no número de casos de suicídio registrada em 2022 tem preocupado as autoridades de Farroupilha. Conforme dados da Polícia Civil, entre janeiro e outubro deste ano, 13 pessoas tiraram a própria vida na cidade. O número já é 63% maior que todo 2021, quando houve oito registros de suicídios no município.

Cinco casos foram registrados no primeiro semestre do ano. Nos últimos três meses, foram mais três casos. Apenas em outubro, Farroupilha já registrou cinco suicídios. O caso mais recente aconteceu na última quinta-feira (20) quando o corpo de um homem foi encontrado no em uma área de mata no bairro Industrial.

Em entrevista ao Grupo RSCOM, o Delegado Ederson Bilhan mostrou preocupação com o crescimento de suicídios em Farroupilha.

“É um crime que independe da atuação da polícia no tocante a prevenção. Até mesmo para a repressão é difícil. Nos casos registrados até agora nenhum foi criminoso, ou seja, não há indícios de que alguém instigou, auxiliou, ou de certa forma induziu ao suicídio. Foi algo do comportamento da pessoa. Ficamos de mãos atadas em como evitar isso, já que é um problema muito mais de saúde pública do que de segurança”, opina o policial

Rio Grande do Sul registra o dobro de casos de suicídios do Brasil

Segundo os dados mais recentes, disponibilizados pelo Ministério da Saúde, a taxa nacional de suicídios é de 6,7 casos para cada 100 mil habitantes. No Rio Grande do Sul, os números também são preocupantes, com uma taxa que dobra essa média: são 12,4 mortes a cada 100 mil habitantes.

O porta voz do Centro da Valorização a Vida (CVV) José Theodoro afirma que o órgão está a disposição, por meio do telefone 188, para as pessoas que queiram conversar sobre o assunto. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24h por dia, sete dias por semana, com segurança, sigilo total e, conforme Theodoro, sem julgamentos.

“O suicídio é uma doença que precisa ser encarada de frente pela sociedade. O Brasil tem uma média de 32 casos por dia. No mundo, acontece um caso a cada 45 segundos. É por isso que precisamos falar sobre essa doença. O assunto já foi tratado como tabu, mas é preciso fala sobre a situação, encarar o suicídio e conscientizar a população de que é uma doença que precisa ser enfrentada”, comenta.

Conforme dados do CVV, ao menos 3 milhões de pessoas são atendidas anualmente. Atualmente, o serviço que começou em São Paulo, em 1962, conta com mais de 120 postos de atendimento e cerca de 4 mil voluntários em todo o Brasil.

Sinais de alerta do suicídio:

– desesperança;
– raiva, descontrole, desejo de vingança;
– agir de forma imprudente ou se envolver em atividades de risco, aparentemente sem pensar;
– sentir-se preso, como se não houvesse saída;
– aumento do uso de álcool ou drogas;
– afastar-se de amigos, família e sociedade;
– ansiedade, agitação, incapacidade de dormir ou dormir o tempo todo;
– mudanças drásticas de humor;
– alguém ameaçando se machucar ou se matar ou falando em querer morrer;
– alguém procurando maneiras de se matar, em busca de armas ou outros itens letais;
– alguém falando ou escrevendo sobre morte ou suicídio.

É possível aumentar a conscientização sobre o problema do suicídio com ferramentas fáceis para ajudar a si mesmo e aos outros.

Conheça as cinco etapas que podem salvar vidas:

– Saiba reconhecer os sinais;
– Saiba como ajudar;
– Faça do bem-estar mental uma prioridade em sua vida;
– Saiba que existe ajuda e que a recuperação é possível;
– Dissemine esses cinco passos para outras cinco pessoas!