Após o assassinato de um apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Foz do Iguaçu, o líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), disse não acreditar em uma escalada da violência no período eleitoral e comparou a agressão com casos que ocorrem eventualmente em brigas de trânsito e estádios de futebol. Para ele, a política também ‘provoca paixões’ e casos como esse dependem das provocações e reações a elas. Barros concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta segunda-feira, 11. Ele também falou sobre sua expectativa de aprovação da PEC das Bondades no plenário da Câmara nesta terça-feira, 12.
Barros começou: “Não acredito que… é que a narrativa inicial é de a pessoa teria ido lá para matar esse petista, quando, na verdade, temos agora a informação de que houve uma discussão prévia. Aí a pessoa foi pegar a arma para atirar. É preciso saber o que aconteceu nessa discussão prévia”. E continuou, comparando o ocorrido com assassinatos que ocorrem em brigas de trânsito: “Infelizmente acontece muito em briga de trânsito, as pessoas se exaltam e depois acabam cometendo excessos. Vamos esperar para saber qual foi exatamente a razão que provocou que essa pessoa fosse buscar uma arma para atirar nesse cidadão, qual era a intriga prévia que eles tinham, se é que tinham alguma intriga prévia. Geralmente, nas brigas de trânsito, as pessoas nem se conhecem e acabam cometendo excessos. Vamos aguardar”.
Perguntado ainda sobre a possibilidade de escalada da violência e sobre a necessidade dos chefes de poderes se manisfestarem contra essa situação de forma incisiva, Barros disse pensar o contrário. “Não penso que haverá problemas mais graves durante a campanha. Evidentemente, tudo depende de como as pessoas provocam e reagem a essas provocações, que são normais do processo eleitoral, como são nas disputas dos clubes [de futebol]. Nós vemos violência nos estádios, briga de torcida, briga de trânsito. E a política é também uma disputa que provoca paixões. Eventualmente, teremos alguns episódios, mas não é sistêmico do nosso processo político brasileiro. Não vejo isso. Acho que está sendo supervalorizado este processo. Quando o presidente Lula elogiou o seu companheiro que agrediu alguém por causa de política também, a imprensa deu destaque que eu acho excessivo. Isso apenas chama a atenção para o problema. Não é isso que nós queremos. Nós queremos que se discutam as plataformas de programas de cada candidato e que a gente possa discutir a situação econômica mundial, que é muito grave, inflação disparando em todos os países. O preço dos combustíveis muito alto, medidas de emergência em vários países.
Já sobre a PEC das Bondades, o líder do governo disse acreditar que a proposta seja aprovada nesta terça-feira, 12, com quase unanimidade. “Vamos aprovar por quase unanimidade conforme foi no Senado. Na Comissão Especial houve apenas um voto contra, 36 a um. No Senado houve um voto contra. Nossa expectativa é de que ela seja aprovada pro ampla maioria. Hoje, estamos fazendo uma mobilização para termos muitos parlamentares aqui em Brasília amanhã, presencialmente, que é a exigência do ato da mesa da Câmara dos Deputados. O texto será exatamente o texto do Senado, sem nenhuma modificação. O relator Christino Aureo está pronto para fazer o relato da matéria, e o presidente Arthur Lira também muito empenhado nessa mobilização conosco. E não vejo surpresas. Teremos sessão no Congresso hoje ainda. E amanhã votaremos a PEC dos Benefícios para atender aos brasileiros que estão afetados pela crise, os caminhoneiros, os taxistas, os que estão inscritos no Auxílio Brasil e pessoas que precisam de socorro neste momento”, disse Barros.
Segundo Barros, nenhum parlamentar está contra a aprovação da PEC das Bondades. “Ninguém está contra, apenas o Partido Novo tem se manifestado com intenção de votar contra a PEC. Todos os demais votaram a favor. Evidentemente, a oposição tenta retardar a conclusão da PEC para adiar o atendimento a essas pessoas carentes no Brasil com a visão eleitoral do processo. Mas essa PEC não tem nada de eleitoral, ela tem de emergencial. E, por isso, estamos aplicando nessa PEC recursos já arrecadados da capitalização da eletrobras e do excesso de dividendos da Petrobras, que não vão afetar o endividamento do Brasil”, disse.
Fonte: Jovem Pan