Bento Gonçalves

Aos 96 anos, morre Francisco Pértile, o último pracinha de Bento

Aos 96 anos, morre Francisco Pértile, o último pracinha de Bento
Pértile lutou como atirador da FEB na Itália durante a Segunda Guerra Mundial (Foto: reprodução)

O ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial Francisco Pértile faleceu, aos 96 anos, por volta das 4h20min desta terça-feira, dia 21, em Bento Gonçalves. Pértile era o único remanescente dos pracinhas de Bento que lutaram no confronto. Ele estava internado no Hospital Tacchini.

O velório do soldado está sendo realizado na Capela Mortuária de São Valentim, e o sepultamento será às 18h desta terça-feira, no cemitério de São Valentim.

Nascido em 4 de dezembro de 1920, Pértile estava próximo de completar 97 anos de uma história muitas vezes homenageada na cidade. Tcheco, como o ex-soldado era conhecido, chegou a ser personagem de um documentário sobre sua vida lançado em 2012, com roteiro e direção do cineasta Boca Migotto.

Pértile entrou no Serviço Militar em 4 de fevereiro de 1942, e serviu no 5° Regimento de Cavalaria, em Quaraí, quando foi convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial e transferido para o 11º Regimento de Infantaria, em São João Del Rei, em Minas Gerais. De lá, foi lutar na Itália em 1944, aos 22 anos, onde participou de batalhas históricas, como a tomada de Monte Castelo, durante nove meses em que esteve em combate.

O ex-integrante da FEB na 2ª Guerra Mundial afirmava que não imaginava que algum dia seria mesmo necessário atuar. “Entre entrar no exército, como era comum naquela época, e servir a sua pátria tinha uma diferença muito grande”, afirmou durante uma entrevista. Segundo ele, foi apenas na Itália que ele entendeu o que se passava. “Você ouvir falar da Guerra é uma coisa, você vivenciar ela, sentindo os tiros a centímetros do seu corpo, é outra”, contou certa vez o homem que passou perto da morte muitas vezes, mas sobreviveu para contar a história e também para receber homenagens como a perenizada no documentário “Tcheco”. No lançamento do curta-metragem, Migotto antecipou a importância da obra: “Logo, todos os sobreviventes nos deixarão, mas suas histórias e a emoção daquilo que viveram não podemos perder”, disse o diretor à época. Hoje, as palavras de Migotto soam ainda mais reais.

 

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