Polícia

"A Justiça só ouve as mulheres", declara autor confesso de feminicídio em Venâncio Aires

Autor confesso dos tiros, prestou depoimento em audiência de custódia ao promotor de Venâncio Aires, Pedro Rui da Fontoura Porto

"A Justiça só ouve as mulheres", declara autor confesso de feminicídio em Venâncio Aires
Foto: Divulgação/Facebook

Após matar a ex-companheira com dois disparos de arma de fogo na última segunda-feira (25), o homem, autor confesso dos tiros, prestou depoimento em audiência de custódia ao promotor de Venâncio Aires, Pedro Rui da Fontoura Porto. À autoridade judicial, o indivíduo não demonstrou arrependimento e relatou que “a Justiça só ouve mulheres, que homens são ignorados e que o que ele fez foi coisa de homens de bem.”

As falas foram reproduzidas em publicação na rede social do promotor na noite desta terça-feira (26) e vem ganhando repercussão. A autoridade judicial se demonstrou indignada com a situação e com o discurso sustentado no chamado “homens de bem”.

“Isto me lembrou este deplorável discurso machista que vem se alastrando e que faz até mulheres caudatárias. Este discurso que se sustenta nos chamados “homens de bem”, mas que traveste as almas mais insensíveis e cruéis”, relata o promotor de Justiça.

Veja abaixo o texto:
“Em audiência de custódia de um feminicida, que desrespeitou medida de proteção que o obrigavam a ficar longe da vitima, e matou sua ex-mulher com dois balaços, além de balear um genro da vitima que intercedeu em seu socorro, tive de ouvi-lo dizer, cheio de orgulho, que a Justiça só ouvia as mulheres, que os homens eram ignorados e que o que ele fez foi coisa de “homens de bem”. Profetizou que se as coisas continuassem assim nossos filhos e filhas teriam o mesmo destino de violência e, mesmo maculado pelo crime a que havia pouco praticara, não perdeu a empáfia e não demonstrou nenhum arrependimento. Isto me lembrou este deplorável discurso machista que vem se alastrando e que faz até mulheres caudatárias. Este discurso que se sustenta nos chamados “homens de bem”, mas que traveste as almas mais insensíveis e cruéis”.

Fonte: Portal Arauto