Após matar a ex-companheira com dois disparos de arma de fogo na última segunda-feira (25), o homem, autor confesso dos tiros, prestou depoimento em audiência de custódia ao promotor de Venâncio Aires, Pedro Rui da Fontoura Porto. À autoridade judicial, o indivíduo não demonstrou arrependimento e relatou que “a Justiça só ouve mulheres, que homens são ignorados e que o que ele fez foi coisa de homens de bem.”
As falas foram reproduzidas em publicação na rede social do promotor na noite desta terça-feira (26) e vem ganhando repercussão. A autoridade judicial se demonstrou indignada com a situação e com o discurso sustentado no chamado “homens de bem”.
“Isto me lembrou este deplorável discurso machista que vem se alastrando e que faz até mulheres caudatárias. Este discurso que se sustenta nos chamados “homens de bem”, mas que traveste as almas mais insensíveis e cruéis”, relata o promotor de Justiça.
Veja abaixo o texto:
“Em audiência de custódia de um feminicida, que desrespeitou medida de proteção que o obrigavam a ficar longe da vitima, e matou sua ex-mulher com dois balaços, além de balear um genro da vitima que intercedeu em seu socorro, tive de ouvi-lo dizer, cheio de orgulho, que a Justiça só ouvia as mulheres, que os homens eram ignorados e que o que ele fez foi coisa de “homens de bem”. Profetizou que se as coisas continuassem assim nossos filhos e filhas teriam o mesmo destino de violência e, mesmo maculado pelo crime a que havia pouco praticara, não perdeu a empáfia e não demonstrou nenhum arrependimento. Isto me lembrou este deplorável discurso machista que vem se alastrando e que faz até mulheres caudatárias. Este discurso que se sustenta nos chamados “homens de bem”, mas que traveste as almas mais insensíveis e cruéis”.
Fonte: Portal Arauto