Comportamento

45 medicamentos estão em falta a nível nacional e agravam situação da saúde pública de Caxias do Sul

A saúde pública está entrando em colapso, segundo o vereador Rafael Bueno

45 medicamentos estão em falta a nível nacional e agravam situação da saúde pública de Caxias do Sul
Foto: Câmara de Vereadores / Divulgação

Na tarde desta quarta-feira (29) houve mais uma audiência pública sobre a situação da saúde, na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. Além disso, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) apresentou aos vereadores a prestação de contas do primeiro quadrimestre do ano.

De acordo com o vereador-presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (CSMA), Rafael Bueno, os números seguem preocupantes relacionados a demora para realização de consultas e exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados divulgados por ele informam que 40.602 pessoas aguardando consultas, 26.285 pessoas aguardando exames e 9.931 pessoas aguardando cirurgia. Todas esses pacientes são de Caxias do Sul, ou seja, os números serão maiores se somados aos moradores de outros municípios que aguardam para serem atendidos em Caxias.

O parlamentar comentou sobre a falta de médicos em Unidades Básicas de Saúde, além da possibilidade de saída de 13 médicos que atuam no programa do Governo Federal “Mais Médicos”. Ainda, para agravar mais a situação do público que precisa de saúde, a nível nacional não há insumos para a produção de alguns medicamentos. Portanto, está em falta no município 45 tipos de remédios.

Prestação de contas da saúde pública de Caxias do Sul

O relatório foi apresentado pela titular da SMS, Daniele Meneguzzi, e pelo diretor financeiro da secretaria, Milton Balbinot. O recorte utilizado é referente ao primeiro quadrimestre de 2022 (janeiro – abril) e alertou sobre o aumento da fila de espera, para atendimentos seletivos e cirurgias, além da falta de médicos. “Temos 17 profissionais em falta na rede. Porém, todas as unidades básicas de saúde (UBSs) contam com médicos. A contratação dos novos profissionais vem sendo uma dificuldade muito grande enfrentada pelo Município”, abordou a secretária Daniele, que ainda destacou novas responsabilidades da secretaria: “O Mais Médicos é da responsabilidade de governo federal. Com as perdas dos profissionais desse programa, o município é quem sofre as consequências da reposição”.

Outro destaque apresentado foram os números de receita de impostos vinculada: o valor de R$ 485.608.715,00 foi analisado no período de 2022, o que significa um aumento de 11,46% referente aos dados de igual período do último ano. As despesas com ações e serviços públicos também tiveram um aumento, no valor de R$ 105.688.052,00, retratando uma elevação de 6,44%.

A receita de impostos líquidas também foi comparada: ao todo, os R$ 200.784.443,00 contiveram acréscimo de R$ 3.713.292,00, se comparados com os números totais do último balanço de 2021. Deste valor, 60,95% são oriundos do próprio município; 7,58% do Estado; 31,40% da União. As despesas totais com saúde somaram R$ 190.982.476,00, sendo 59,10% com verbas oriundas da Prefeitura; 9,02% do Estado; 31,88% da União.

A audiência ainda apresentou um debate sobre os atendimentos online à população, recurso muito utilizado na facilitação de serviço. Segundo a secretária, o município já ultrapassou a cota de investimentos que podem ser feitos, mesmo sendo uma ação benéfica a todos envolvidos.

A CSMA, além do presidente Rafael Bueno/PDT, é composta pelos vereadores Olmir Cadore/PSDB, Renato Oliveira/PCdoB, Zé Dambrós/PSB e Adriano Bressan/PTB, que sugeriu um consórcio entre municípios da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (AMESNE) para auxiliar nos gastos que Caxias tem na saúde pública. “O gasto elevado do Município com pessoas de outras cidades representa bastante no orçamento do Executivo. Alguém precisa ajudar Caxias também. Somos mais de meio milhão de pessoas aqui”, propôs o parlamentar Bressan.