Albertina Alves de Albuquerque, vai comemorar neste dia 25 de dezembro o seu 112° Natal. Nascida no dia 09 de novembro de 1909, na cidade de Bom Jesus, ela festejou o aniversário de 112 anos, no último mês. Em uma conversa com a reportagem do Portal Leouve, a senhora contou suas histórias de vida enquanto servia um café preto preparado pela filha, Cilma.
Atualmente morando em uma singela casa bairro Serrano, na Zona Norte de Caxias do Sul, ela começa contando detalhes de sua infância e diz que desde muito cedo nunca teve medo do trabalho. “Naquela época, as mulheres usavam vestidos longos e pesados. Em um dia nublado, tive que lavar o vestido da tia, com quem morava, ela queria usar no dia seguinte. Com o dia nublado, o vestido não secou” – emocionada continua a história contando que o tio, era rigoroso e não admitia falhas. Então, para não apanhar resolveu fugir de casa.
“Eu acordei cedinho, antes do sol nascer e preparei uma trouxinha de roupas. Fui até o galpão de coloquei uma chaleira de água para esquentar sobre a fogueira”, fingindo fazer sua rotina, explica. Quando estava prestes a sair, o tio a viu, então em um ato de impulso, a menina sai correndo em direção a casa da vizinha e por lá fica durante certo tempo.
Quando finalmente decidiu voltar para casa, após alguns dias, ocasionalmente acabou encontrando seu namorado da época no caminho. A tia de Albertina vendo os dois juntos, supôs que a jovem estaria com o garoto, no meio tempo em que havia sumido. Então assim, os dois foram obrigados a casar, ela com 14 e ele com 19 anos na época.
A idosa adora lembrar de sua chegada a Serra Gaúcha, de quando tudo era mato e ela e seu esposo da época, plantavam diversos legumes na horta de casa. Costureira na maior parte da vida, hoje ela senta em uma cadeira próximo a porta de casa e ali faz seus adorados choches e cobertas de retalhos.
Na prática, a senhora já passou pela Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, a Segunda Guerra Mundial de 1939 a 1945 e gripe espanhola, que durou de janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infectando mais de 500 milhões de pessoas ao redor dos continentes e vitimando um terço da população mundial.
Dona Albertina se mantém firme e forte e hoje, segue enfrentando bravamente a pandemia do Covid-19, que infelizmente já matou mais de 5 milhões de pessoas no mundo, sendo 618 mil somente no Brasil.
Anos se passaram, a vida foi mudando, entre três amores vividos, a vinda para a cidade de Caxias do Sul, o nascimento dos filhos, dos netos e bisnetos fazem Albertina ser quem é hoje. Uma mulher que viveu duas guerras, presenciou a partida de diversas pessoas amadas e hoje vive uma pandemia. Senhora centenária, cheia de fé e sorrisos tímidos que não abre mão de um copo de vinho tinto todos os dias após o almoço.
Ao ser questionada sobre qual seria o segredo da longevidade, a senhora ri e diz que confiar em Deus e fazer o bem são o que a enchem de vida. Ao comemorar seu 112º Natal, ela diz adorar as comemorações de final de ano “eu estou sendo muito bem atendida. Já recebi muitos presentes. Adoro essas data e quero que todo mundo possa passar o natal e o ano novo com bastante gente por perto, com muita felicidade e alegria.”
Acompanhe a mensagem de Natal de Dona Albertina: