Comportamento

Mais linhas, mais mobilidade e menos gratuidade no transporte coletivo em Bento Goçalves

Encontro entre vereadores e empresários do transporte coletivo de Bento levantou questões a serem consideradas na confecção da lei que vai regular a licitação para a concessão do transporte público

Mais linhas, mais mobilidade e menos gratuidade no transporte coletivo em Bento Goçalves

Na tarde desta terça-feira a Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves teve, durante a reunião da Comissão Técnica de Infraestrutura, teve audiência com a participação dos representantes das empresas concessionárias do transporte publico urbano em Bento Gonçalves.

Com a presença de 13 vereadores, incluindo o coordenador dos trabalhos e presidente da Comissão, Anderson Zanella, os dirigentes Pedro Guarnieri e Guto Toniollo, da Bento Transportes mais Leonardo Giordani e o advogado Jair Baruffi, representando os interesses da Transporte Santo Antônio, debateram sobre as dificuldades do setor e a construção da nova lei que vai reger a futura licitação para concessão do transporte coletivo urbano em Bento Gonçalves.

Mais Linhas

Os vereadores, entre eles Ari Peliciolli e Edson Biasi, e Agostinho Petrolli trouxeram a principal queixa dos usuários: linhas mais frequentes e com trajetos menos extensos. Para o vereador Peliciolli há problemas em finais de semana e poucas linhas que levem até a UPA no bairro Botafogo. Biasi disse que as empresas deveriam estar atentas ao crescimento da cidade e o surgimento de novos bairros, muitos deles desassistidos.

Mais mobilidade

O empresário Leonardo Giordani aprovou o contato, entendendo que o diálogo é positivo e que as reivindicações são pertinentes. Por sua vez lembrou que também as empresas têm suas reivindicações.”H á tempo que pedimos um corredor exclusivo na Osvaldo Aranha. Não nos é concedido porque vai tirar 25 ou 30 vagas de estacionamento. Então vamos continuar priorizando estas vagas, cujo número exato não sei, em detrimento aos melhores de carros que diariamente trafegam na naquela via? Então ok”. Ele disse que o usuário tem o direito de se queixar dos atrasos nos horários, mas lembrou que um ônibus encontra inúmeros obstáculos e imprevistos no trajeto, o que determina atrasos não previstos: “É o caminhão de concreto, são criancinhas entregando mudas de pilantras a motoristas e outras inúmeras situações”.

O vereador Zanella corroborou que antes de umas passagem mais barata é preciso garantir um transporte de boa qualidade. Para tanto o investimento em infraestutura na mobilidade é essencial

GRATUIDADE  E ARBITRAGEM

Ficou acertado ainda que os vereadores farão contato com as escolas municipais e do Estado para que que se tenha o conhecimento atualizado da realidade das necessidades dos alunos. Bairros e horários para os quais os mesmos se deslocam.

Questionado, o empresário Guto Toniollo respondeu que a perda de passageiros é crescente desde 2012 e que não há qualquer tipo de subsídio no valor das passagens. Giordani lembrou que há 20 meses não há correção no valor das passagens e que neste período a inflação foi grande. As empresas estão passando por uma situação muito grande de perdas, disse após o encontro ao Leouve.

Há uma espécie de senso comum sobre a necessidade de redução da gratuidade nas passagens. Este sentimento ficou ainda mais patente após a visita empreendida por quatro vereadores à EPTC, em Porto Alegre na semana passada. Hoje 60% dos usuários bancam a gratuidade dos outros 40% de passageiros.

Questionado pelo vereador Dentinho, Jair Baruffi confirmou que sim, as empresas vão pleitear na justiça o ressarcimento de perda de receitas durante a pandemia. “É algo normal, previsto no contrato, sempre que houver desequilíbrio financeiro é facultado à empresa buscar este ressarcimento, o que deve acontecer por meio de arbitragem. Não chega a ser um litígio”, garantiu.