Comportamento

Gabrieli, a motorista de caminhão que domina as estradas gaúchas

Gabrieli, a motorista de caminhão que domina as estradas gaúchas

O dia a dia pelas estradas é carregado de diversas histórias e, muitas delas são passadas de geração em geração. Na série de reportagens em homenagem ao Dia do Motorista, o Portal Leouve irá conhecer um pouco dos desafios dessa profissão tão importante. Dentre as categorias estão os motoristas de caminhão, que rodam Brasil a fora transportando alimentos, remédios, enfim, são eles que abastecem e movimentam o país. Hoje iremos conhecer mais sobre a profissão contada pela motorista Gabrieli Giusti de 31 anos.

Gabrieli é natural de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e veio para Farroupilha para tentar uma vida melhor. A paixão pelo volante surgiu quando ela era bem pequena, aos sete anos de idade, quando via o seu pai caminhoneiro viajar pelo país.

“Eu via meu pai chegar em casa com aquele caminhão e era algo mágico, desde muito nova já tinha com clareza que profissão seguir. Eu achava o máximo viajar, dormir fora de casa e ter a possibilidade de estar em movimento. A estrada e o caminhão são as minhas paixões desde pequena, e hoje é gratificante ver que consegui”.

Ela lembra que mesmo após o falecimento de seu pai em um acidente de caminhão, ela jamais pensou em desistir da profissão. “Jamais quis parar, foi uma forma de continuar os passos do meu pai, eu tenho muito orgulho de ter chegado até aqui”.

Para ela, a profissão é resumida em “amor pelo volante e pela estrada”, que mesmo em meio há tantas dificuldades, a vontade de continuar cresce a cada dia. Segundo ela, uma das barreiras ainda existente é o preconceito em ter mulheres caminhoneiras.

“Parece bobagem mas ainda se enfrenta muito preconceito, eu já passei por vários episódios, onde muitas vezes não nos é dado um voto de confiança, de que somos capazes de trabalhar como qualquer outra pessoa. As mulheres têm conquistado a cada dia seu espaço nas mais diversas profissões. Se eu fosse ouvir todas as críticas e olhares tortos, já teria desistido”.

Além disso, ela comenta que a falta de segurança, a má condição das estradas e o alto preço do diesel é um grande empecilho na profissão. “Vivemos sempre na incerteza, porque saímos e não sabemos se vamos voltar. Os governantes deveriam olhar mais para a classe, dando suporte e melhores condições, só quem vive na estrada todos os dias sabe o quão é difícil”.

Mesmo com as dificuldades do dia a dia, para ela o amor pela estrada supera todas as coisas, pois com ela mesmo destacou para ser motorista é preciso gostar integralmente da profissão já que nem sempre serão flores. A saudade de casa, da família e os perigos da estrada sempre irão estar presentes, mas a cada dia o reconhecimento e a superação dos desafios é combustível para seguir adiante.

“Ser mulher em uma profissão considerada masculina é muito gratificante, porque acabamos quebrando barreiras em nós mesmas e vemos que somos capazes. Todo dia é um aprendizado é uma conquista diferente. As dificuldades sempre vão existir, é preciso viver um dia de cada vez e fazer com amor, porque é esse sentimento que eu carrego todos os dias quando embarco no meu caminhão”.

Para Gabrieli a profissão tende a crescer cada vez mais, assim como a inserção de mais mulheres pelas estradas do país.