
A Rumo Logística retomou a recolocação dos trilhos retirados da Malha Sul. Caminhões com dormentes e trilhos novos chegaram na tarde de terça-feira (3) à estação de Santa Tereza. A empresa mobilizou equipes e montou alojamentos na região para acelerar os trabalhos.
Imagens feitas ao longo do dia mostram carretas descarregando o material. A Rumo também prepara obras de manutenção na via permanente e prevê lançar o lastro na próxima semana. A ação ocorre após pressão do governo federal. Interlocutores afirmam que a União avalia rever trechos estratégicos da Malha Sul, como as ligações com os portos de Paranaguá e São Francisco do Sul, caso a empresa não cumpra o contrato. O governo não comenta oficialmente essa possibilidade.
A ANTT determinou a reposição dos trilhos após denúncias de moradores e registros de desmonte entre as estações de Alcântara, Jabuticaba, Coronel Salgado, Feitor Faé, São João e Silva Vargas. A agência já havia suspendido a retirada e notificado o Ministério Público Federal. Em situação semelhante no Mato Grosso do Sul, a ANTT multou a Rumo Malha Oeste em R$ 2,1 milhões por dilapidar patrimônio público. O caso aumentou a preocupação de prefeitos e entidades ligadas ao transporte e ao turismo.
Recuperação do Trem dos Vales
Com a movimentação desta semana, líderes locais esperam avançar na recuperação dos 16 quilômetros iniciais do Trem dos Vales, entre Muçum e Vespasiano Corrêa. A Amturvales afirma que falta apenas finalizar trâmites administrativos para iniciar as obras ainda neste ano. O trecho inclui o Viaduto 13, em Vespasiano Corrêa. Entre 2019 e 2023, o Trem dos Vales transportou mais de 112 mil passageiros ao longo de 46 quilômetros entre Guaporé e Muçum.
Nova Concessão da Malha Sul
A retomada dos trabalhos ocorre às vésperas da entrega do estudo do Ministério dos Transportes sobre a nova concessão da Malha Sul. O governo deve apresentar o modelo em janeiro. O leilão está previsto para o segundo semestre de 2026. A proposta inicial dividia os mais de 6 mil quilômetros da ferrovia em três corredores, mas os estados rejeitaram a ideia. Eles defendem a manutenção da malha integrada e mais responsabilidades para a concessionária atual.
No Rio Grande do Sul, 921 quilômetros estavam ativos antes das enchentes. As tragédias de 2023 e 2024 interromperam toda a ligação com Santa Catarina.
*Com informações de Grupo A Hora