Moradores dos bairros Conceição, Tancredo Neves, Juventude e São Carlos, em Bento Gonçalves, estão mobilizados para reivindicar o retorno de um acesso interrompido na BR-470 e cobrar a construção de uma passarela. A comunidade organizou um abaixo-assinado, promoveu ações e busca apoio de autoridades para discutir os impactos da alteração no tráfego, que tem causado transtornos e preocupações com a segurança.
Segundo Luiz Antônio, uma das lideranças do movimento, a mobilização começou ainda antes da morte de uma moradora que foi atropelada ao tentar atravessar a rodovia.
“Estamos lutando há bastante tempo. Conversamos com os moradores, buscamos apoio do comércio local e queremos que as autoridades ouçam nossas demandas”, afirmou.
A interrupção do acesso, de acordo com os moradores, trouxe prejuízos tanto para trabalhadores quanto para empresários da região. Um empresário do bairro teria investido cerca de R$ 30 mil em impostos só neste ano, mas enfrenta dificuldades para operar por conta da falta de acesso adequado.
Impactos da Interrupção do Acesso na BR-470
Além disso, eles relatam que, após a mudança no tráfego, ocorreram acidentes em frente a uma rede vendedora de pneus e a um posto de combustíveis às margens da rodovia — locais que antes não registravam ocorrências.
Gilmar Bassani, morador do bairro São Carlos há 38 anos, destaca que o fechamento do acesso compromete a mobilidade e poderá causar ainda mais problemas com a futura instalação de um grande supermercado na região.
“A BR foi trancada para nós. Tem como abrir uma pista, colocar uma sinaleira. Antes não tinha acidente. Depois que fecharam, começou a ter”, disse.
Outro morador, Euclides Lagunas, reforça o apelo para que o poder público reveja as alterações com base em estudos técnicos e diálogo com a população.
“É uma falta de respeito fechar um acesso tão importante sem consultar quem vive aqui. Queremos soluções antes que novas tragédias aconteçam”, afirmou.
Reivindicações e Próximos Passos
Os manifestantes pedem que seja marcada uma reunião com representantes da Prefeitura, da Câmara de Vereadores, do DNIT e da Polícia Rodoviária Federal para tratar tanto do retorno do acesso quanto da construção da passarela — uma reivindicação antiga da comunidade, cuja obra foi anunciada recentemente.
*Com informações de Pedro Vitor Rizzo – Reportagem do Grupo RSCOM