Após dois anos, o acusado de matar Jussara de Souza Oliveira, 51, no bairro Centenário, em Caxias do Sul, senta no banco dos réus. O Tribunal do Júri ocorre nesta quarta-feira (4) a partir das 9h. O crime, tipificado como homicídio triplamente qualificado, aconteceu no fatídico 29 de agosto de 2022 na rua Virgínia Vebber Masotti. Ela possuía medidas protetivas à época.
De acordo com o Ministério Público (MP), o denunciado Alaor de Jesus Pinheiro, hoje com 38 anos, descontente com o processo de separação, matou Jussara estrangulada. A causa mortis, determinada pelo Instituto-Geral de Perícias, foi “asfixia mecânica por esganadura ou estrangulamento”. Além do meio cruel, o réu será julgado por motivo torpe – sentimento de posse e não aceitar o fim da relação – e, também, contra mulher em contexto de violência doméstica.
Alaor de Jesus Pinheiro está preso preventivamente desde janeiro de 2023, quando foi capturado por agentes da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) na rua Padre Ângelo Tronca, no bairro São Luiz, em Caxias do Sul. A Polícia Civil o procurou por quatro meses.
Nota da facção
Em setembro daquele ano, circulou pelas redes sociais uma “nota de esclarecimento”,em nome da facção “Os Manos”, o qual repudia a ação de feminicídio ocorrido contra Jussara. De acordo com a facção, o autor do feminicídio estaria se passando por integrante da organização criminosa para ameaçar os familiares da vítima. Porém, um trecho da nota divulgada diz que “este verme não faz parte da nossa facção. Não concordamos nem apoiamos este tipo de crime. Sendo que se encontrarmos antes da polícia nossas leis serão aplicadas a este homem”.
Medidas Protetivas
Alaor de Jesus Pinheiro havia sido preso em 19 de janeiro de 2022 por descumprimento de medidas protetivas em face da vítima Jussara de Souza Oliveira. Porém, ele foi solto no dia 7 de abril daquele ano. Ele já havia sido condenado por crimes relacionados à violência doméstica.
Júri
Além da atuação da promotoria do Ministério Público, a acusação terá assistência dos advogados Lucas Preussler e Gabriel Pinheiro Cayres Pinto. O réu será representado pelo defensor público Cláudio Luís Covatti.