Foto: Patrick Alessi/Grupo RSCOM
Foto: Patrick Alessi/Grupo RSCOM

Bento Gonçalves - Representantes das forças de segurança de Bento Gonçalves apresentaram, na manhã desta segunda-feira (1º), detalhes sobre a prisão de dois suspeitos de integrar o grupo responsável por extorsões e ataques a revendas de veículos na cidade. A coletiva ocorreu na sede do 3º Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (3º BPAT), no bairro Cohab, com a presença de autoridades municipais e estaduais.

Participaram do anúncio o comandante do 3º BPAT, coronel Flori Chesani Junior; o delegado da 2ª Delegacia de Polícia, Rodrigo Morale; o prefeito Diogo Segabinazzi Siqueira; o soldado da Brigada Militar Lúcio Weber de Abreu; e o secretário municipal de Segurança, Rafael Kellermann.

O coronel Chesani afirmou que as ameaças surgiram ainda em maio, quando empresários do setor automotivo passaram a receber mensagens de extorsão.

“Montamos uma força-tarefa com todas as entidades de segurança pública do município para enfrentar um problema que atingia comerciantes e impactava negativamente a cidade. A elucidação dos fatos traz tranquilidade para a comunidade”, disse.

O delegado Rodrigo Morale explicou que a investigação identificou o mesmo mentor por trás dos crimes ocorridos em maio e dos novos ataques registrados em novembro.

“Na sexta-feira (28) reunimos elementos suficientes para pedir a prisão preventiva de um homem e de uma mulher envolvidos nas extorsões. No sábado (29), com apoio da Brigada Militar, Guarda Civil e GAECO, efetuamos as prisões e cumprimos mandados de busca, apreendendo provas importantes para dar continuidade ao inquérito”, afirmou.

Ele reforçou que a investigação segue para identificar os executores diretos dos ataques incendiários.

O secretário Rafael Kellermann destacou a atuação conjunta dos órgãos.

“Essa integração é fundamental para dar respostas rápidas. A prisão desses indivíduos demonstra que esse tipo de conduta não será tolerado em Bento Gonçalves”, declarou.

As autoridades também orientaram empresários vítimas de extorsão ou ataques a registrar boletim de ocorrência, medida considerada essencial para avançar nas apurações.

Prisões e avanço da investigação

A ação integrada realizada no sábado (29) pela Polícia Civil — por meio da 2ª DP —, Brigada Militar, GAECO/Serra e Guarda Civil Municipal resultou na prisão de dois integrantes do grupo criminoso. Eles são apontados como responsáveis por extorquir empresários e ordenar ataques contra estabelecimentos de venda de veículos.

A investigação começou em maio de 2025, quando um comerciante recebeu mensagens de WhatsApp exigindo pagamento sob ameaça. Dias depois, o estabelecimento foi alvo de disparos de arma de fogo. Os criminosos afirmavam pertencer a uma facção e ameaçavam incendiar ou destruir as lojas caso não recebessem o valor exigido.

Em novembro, o mesmo padrão voltou a ocorrer. Entre os dias 24 e 25, novos empresários receberam mensagens idênticas. Uma revenda na Rua Humberto de Alencar Castelo Branco foi incendiada, destruindo dois veículos. No dia seguinte, outras lojas foram atacadas com artefatos incendiários. A investigação confirmou que os atentados de maio e novembro foram planejados pelos mesmos autores.

Durante os ataques, diversas forças de segurança atuaram de forma coordenada — Polícia Civil, Brigada Militar, Guarda Civil Municipal, GAECO/Serra, Secretaria Municipal de Segurança, Corpo de Bombeiros, PRF, Polícia Penal e IGP — reforçando rondas e ampliando o número de viaturas nas ruas.

As provas coletadas indicam que os detidos administravam os números de WhatsApp usados nas extorsões. A força-tarefa segue em operação para identificar e prender os executores dos ataques.