(PC/Divulgação)
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Rio Grande do Sul - A Polícia Civil do Rio Grande do Sul cumpriu, na manhã da quarta-feira (12), 35 mandados de prisão preventiva e 35 de busca e apreensão em sete municípios gaúchos durante a Operação Resposta, coordenada pela 4ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (4ª DIN/Denarc). A ação prendeu 26 pessoas e apreendeu três armas de fogo, desarticulando parte de uma organização criminosa com atuação nas regiões Noroeste, Metropolitana e interior do Estado.

Cerca de 185 policiais civis participaram da operação, que atingiu cidades como Frederico Westphalen, Palmeira das Missões, Lajeado do Bugre, Rosário do Sul, Canoas, Charqueadas e Porto Alegre. As equipes também realizaram buscas em áreas rurais usadas para armazenar drogas e valores ilícitos.

Operação Leviatã

A delegada Ana Flávia Leite, titular da 4ª DIN, explicou que a operação nasceu a partir de desdobramentos da Operação Leviatã, em 2024, quando agentes apreenderam 1,8 tonelada de maconha. “As investigações mostraram que o grupo movimentou mais de 8 toneladas de maconha, 200 quilos de cocaína e 400 quilos de crack em apenas dois meses, gerando mais de R$ 25 milhões no mercado ilegal”, afirmou.

O grupo mantinha três núcleos interligados — logístico, financeiro e prisional. O núcleo logístico cuidava da distribuição e armazenamento das drogas. O financeiro operava esquemas de lavagem de dinheiro com empresas de fachada, contas de passagem e movimentações fracionadas. Já o núcleo prisional enviava ordens diretas de dentro de unidades de segurança máxima, inclusive com influência de um detento custodiado em presídio federal.

Detalhes

Segundo a delegada Ana Flávia, os investigadores identificaram indícios da participação de integrantes da facção no homicídio de um agente político municipal e no planejamento de um atentado contra uma magistrada, além de práticas de contravigilância, como trocas constantes de celulares e rotas alternadas. “A estrutura operava com disciplina militar e profissionalismo”, destacou.

O diretor do Denarc, delegado Carlos Wendt, afirmou que a Operação Resposta tem o objetivo de enfraquecer a base financeira e logística das facções. “Nosso foco é atingir o coração econômico do crime, impedindo a reorganização dessas estruturas”, disse.

Já o diretor de Investigações do Denarc, Alencar Carraro, ressaltou que o narcotráfico no Estado age em rede, com funções divididas e comunicação própria. “A resposta precisa ser técnica, constante e articulada, como temos feito em todo o Rio Grande do Sul”, completou.

A Operação Resposta integra o programa NÁRKE, coordenado pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência da Senasp/MJSP, que reúne forças de segurança de todo o país no enfrentamento ao tráfico de drogas e ao crime organizado.