OPERAÇÃO JULIETA

Operação desarticula esquema de tráfico e corrupção em penitenciária feminina no RS

A investigação, iniciada em junho de 2024, revelou uma organização estruturada comandada por uma apenada, que controlava o tráfico de celulares, drogas como cocaína e maconha, e outros itens proibidos, por meio da corrupção de servidoras públicas

(MP/Diculgação)
(MP/Diculgação)

Região Metropolitana - O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRS) lançou a Operação Julieta II, visando desarticular uma organização criminosa que atuava na entrada de drogas e objetos ilícitos na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Entre os principais alvos estão uma policial penal, já investigada na primeira fase da operação em 2024 e afastada desde então, e uma psicóloga da Polícia Penal.

A ação foi coordenada pela promotora Maristela Schneider, do 2º Núcleo Regional do GAECO – Metropolitana, com participação do promotor André Dal Molin, responsável pelo GAECO no Estado. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada e São Leopoldo, incluindo revistas na penitenciária com apoio do GAES e da Corregedoria da Polícia Penal. Também houve o sequestro de um veículo e uma motocicleta. Ao todo, 10 alvos e 13 investigados participaram do esquema, com o apoio do cão farejador Tobias nas buscas.

Investigação e Operação Julieta II

A investigação, iniciada em junho de 2024, revelou uma organização estruturada comandada por uma apenada, que controlava o tráfico de celulares, drogas como cocaína e maconha, e outros itens proibidos, por meio da corrupção de servidoras públicas. Os pagamentos eram feitos em dinheiro, PIX para contas de terceiros, e benefícios indiretos, como consertos de veículos, pagamento de franquia escolar e serviços pessoais.

Segundo a promotora Maristela Schneider, os envolvidos utilizavam familiares e pessoas de confiança para ocultar a origem dos recursos, movimentando valores expressivos, adquirindo bens de alto valor e mantendo empresas de fachada. A apenada investigada movimentou mais de R$ 1 milhão de dentro da penitenciária.

Os crimes apurados incluem tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa e passiva, prevaricação, favorecimento real, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A Operação Julieta II dá sequência à primeira fase, deflagrada em setembro de 2024, que já havia identificado a mesma apenada como líder do esquema criminoso.