Rio Grande do Sul - O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou, nesta quarta-feira (8), a segunda fase da Operação El Patron, que teve como alvo o núcleo financeiro de uma organização criminosa com base em Pelotas. A ação resultou no cumprimento de seis mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão em Pelotas, Charqueadas e Porto Alegre.
De acordo com o Ministério Público, o grupo movimentou mais de R$ 49 milhões entre maio de 2022 e agosto de 2024, utilizando laranjas, empresas de fachada e um aplicativo próprio para gerenciar os lucros ilícitos oriundos de lavagem de dinheiro, agiotagem e rifas ilegais.
As ordens judiciais foram cumpridas em residências, uma sala comercial e presídios. Em Pelotas, os agentes cumpriram cinco mandados de busca e dois de prisão. Em Charqueadas, foram cinco de busca e três de prisão. Já em Porto Alegre, houve uma busca e uma prisão. A operação contou com o apoio da Brigada Militar e da Polícia Penal.
Durante a ação, o GAECO apreendeu quatro veículos, dinheiro, celulares e documentos. O promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas, coordenador do 10º Núcleo Regional do GAECO – Sul e responsável pela investigação, afirmou que esta fase foi fundamental para identificar os principais operadores do esquema.
Investigação e Operação El Patron
“Esta segunda parte da investigação foi essencial para identificar os principais operadores do esquema, que utilizavam laranjas e empresas de fachada para ocultar o patrimônio”, destacou o promotor.
A Justiça aceitou recentemente a denúncia contra 13 investigados. O coordenador estadual do GAECO, promotor André Dal Molin, também participou da operação.
A primeira fase da Operação El Patron teve origem na análise de celulares apreendidos na Operação Caixa Forte II, que combatia o tráfico de drogas vinculado a facções criminosas. As informações revelaram um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, em que os lucros do tráfico eram reinvestidos em empréstimos ilegais, rifas e apostas. O grupo chegou a utilizar um aplicativo mexicano para administrar as finanças e simular empresas de crédito formalizadas, mas cobrava juros abusivos de até 280%, utilizando métodos de cobrança típicos do crime organizado.