(Foto: Franck Almeida/Rádio Viva 94.5 FM)
(Foto: Franck Almeida/Rádio Viva 94.5 FM)

São Marcos - A Grutinha às margens da BR-116, entre São Marcos e Caxias do Sul, amanheceu novamente depredada. O novo ataque, de viés político, chocou moradores e visitantes que tratam o local como símbolo de fé, história e devoção. Imagens divulgadas pelo comunicador da Rádio Viva 94.5 FM, Franck Almeida, revelam paredes, altares e áreas próximas às imagens sacras cobertas por pichações com palavras e números de cunho político.

Criada em 1941, durante obras de detonação de rochas para a construção da rodovia, a Grutinha se transformou em um ponto de peregrinação e agradecimento. A comunidade que leva seu nome assumiu a responsabilidade pela preservação do espaço e mantém viva a tradicional festa em honra a Nossa Senhora das Graças, realizada todos os anos. Placas deixadas por fiéis relatam promessas e milagres, e reforçam a ligação afetiva que famílias de várias gerações cultivam com o local.

O novo vandalismo rompeu esse ambiente de paz. Nas imagens registradas por Almeida, inscrições como “Lula”, “13”, “Fora” e frases aleatórias, cobrem praticamente todas as superfícies, apagando cores, símbolos e detalhes que compõem o espaço sagrado. O comunicador visitou a gruta e descreveu o cenário como “um ataque injustificável”, afirmando que nunca tinha visto algo tão devastador. “É revoltante. Quem faz isso destrói a memória de uma comunidade inteira e debocha da fé de quem vem aqui pedir ou agradecer. É um atentado ao sentimento de muita gente”, criticou.

Repercussão e Ações da Comunidade

Os moradores, que já somam anos de esforço voluntário para manter o local preservado, receberam a notícia com tristeza e cansaço. Eles organizam mais uma etapa de limpeza e restauração, processo que exige recursos próprios e mão de obra comunitária.

Além do impacto emocional, o ato reacende o debate sobre intolerância e desrespeito.

Implicações Legais e Próximos Passos

Atos de vandalismo contra bens públicos ou privados configuram crime previsto no Código Penal brasileiro. Quem danifica, destrói ou deteriora patrimônio pode responder pelo artigo 163, com pena que vai de detenção de um a seis meses e multa. Quando o alvo envolve locais de culto religioso ou bens de valor artístico ou cultural, a legislação prevê agravamento da pena, tornando o crime ainda mais severo.