Canoas - A Polícia Civil estima que cerca de 240 cães e gatos tenham sido mortos de forma irregular durante a gestão de Paula Lopes, ex-secretária de Bem-Estar Animal de Canoas. Ela foi alvo, nesta quinta-feira (4), da Operação Carrasco, que apura práticas de eutanásia ilegal e suspeita de desvio de doações destinadas ao cuidado dos animais.
Segundo o delegado regional Cristiano Reschke, a investigação de oito meses indica que muitos dos bichos mortos haviam sido recolhidos das ruas ou entregues por famílias com a expectativa de adoção. A ex-secretária também comandava uma ONG de acolhimento, por meio da qual solicitava doações, supostamente destinadas ao resgate e tratamento dos animais. A suspeita é que os valores tenham sido desviados.
Durante o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, a polícia encontrou R$ 100 mil em um imóvel ligado à investigada. Também foram localizadas carcaças de cerca de 15 animais armazenadas em sacos plásticos dentro de um freezer. Gatos mantidos em condições de maus-tratos foram resgatados.
Investigação e Denúncias
A delegada Luciane Bertolletti, titular da 3ª DP de Canoas, informou que a ofensiva foi motivada por denúncias de ativistas da causa animal, que relataram a morte de mais de 20 animais por semana. Segundo ela, documentos e registros apreendidos serão cruzados com relatos de servidores e dados de microchips para apurar o número real de eutanásias, além da possibilidade de fraudes em laudos veterinários.
Manifestações
Nas redes sociais, Paula Lopes negou irregularidades e afirmou estar “tranquila”, atribuindo as denúncias a disputas políticas. Ela foi exonerada do cargo em 18 de agosto.
Em nota, a Prefeitura de Canoas manifestou indignação com as acusações, disse colaborar com as investigações e anunciou a abertura de um procedimento interno para apurar os fatos.
*Com informações de Correio do Povo