Porto Alegre e Rio Grande do Sul - A Polícia Civil investiga denúncias de crimes sexuais contra o professor de Direito e advogado Conrado Paulino da Rosa e informou que o caso pode envolver vítimas de outros estados. A delegada Fernanda Campos Hablich, titular da 2ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), divulgou a informação em coletiva nesta sexta-feira (26), poucas horas após a prisão temporária do investigado em Porto Alegre.
13 mulheres já denunciaram Conrado. Seis delas recebem acompanhamento psicológico, e uma precisou de internação em clínica de saúde mental. A delegada destacou que os crimes teriam ocorrido entre 2013 e 2025 e envolvem violência corporal, sexual e psicológica.
Segundo Fernanda Hablich, as denúncias não se limitam ao território gaúcho.
“Suspeitamos que o investigado possa ter feito vítimas em outro estado da região Sul. Ainda acreditamos que o número de relatos vai crescer, porque os crimes aconteceram ao longo de mais de uma década. Iniciamos os trabalhos com seis denúncias e, em uma semana, o número dobrou”, afirmou.
Na manhã desta sexta-feira, outra mulher procurou a polícia para denunciar o professor. Ela se apresentou logo após a notícia da prisão.
“Esse relato confirma a importância da medida. A vítima disse que só se sentiu segura para nos procurar depois que confirmou que o investigado não estava mais solto e não representava ameaça. Em crimes sexuais, é comum as vítimas sentirem medo e vergonha do agressor”, explicou a delegada.
Policiais prenderam Conrado em casa, em Porto Alegre, mas a autoridade não divulgou o bairro. A delegada informou que o advogado ainda não prestou depoimento. Ela afirmou que pediu a prisão temporária para garantir o avanço da investigação, já que vítimas relataram medo de depor enquanto o suspeito permanecia em liberdade.
Conrado atuava como professor de graduação e mestrado em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP), que o desligou na semana passada.
O que diz a defesa
A defesa de Conrado Paulino da Rosa considera a prisão temporária desproporcional. Os advogados afirmam que o professor vinha cumprindo todas as determinações judiciais e anunciaram que vão ingressar com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS). Eles ressaltaram que o investigado ainda não prestou depoimento nem apresentou provas em sua defesa.