Caxias do Sul - O presidente da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, Lucas Caregnato (PT), confirmou na manhã desta quinta-feira (9) que três servidoras da Casa registraram um boletim de ocorrência denunciando o assessor de bancada do Partido Social Democrático (PSD) por assédio e outras condutas de cunho sexual. O suspeito atuava no gabinete do vereador Juliano Valim (PSD) e já ocupou o cargo de diretor do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) em Caxias do Sul. O nome dele não foi informado pelas autoridades, mas a reportagem apurou que trata-se de Luiz Alberto Corrêa Boff, popular “Beto”. Ele foi exonerado imediatamente.
Segundo Caregnato, as denúncias chegaram na noite de quarta-feira (8), quando uma das assessoras entrou em contato com ele relatando que estava na delegacia para registrar a ocorrência.
“Ela me disse que era algo grave, mas preferiu não dar detalhes naquele momento. Hoje, pela manhã, antes da sessão, recebi as três assessoras, duas delas presencialmente, e elas apresentaram o boletim de ocorrência”, relatou o presidente.
Exoneração
Diante da gravidade da situação, o assessor foi exonerado imediatamente.
“A exoneração foi feita logo após o relato das servidoras. Também convocamos o vereador Juliano Valim, que demonstrou surpresa e solidariedade às vítimas. Ele mesmo assinou a exoneração”, afirmou Caregnato.
Durante a manhã, a Brigada Militar esteve na Câmara e conduziu o ex-servidor até a Central de Polícia Civil para prestar depoimento. O presidente disse não saber se houve prisão em flagrante. “A informação que temos é que ele foi conduzido para esclarecimentos, e o caso agora segue com a autoridade policial”, explicou.
Lucas Caregnato destacou que as servidoras receberam apoio da segurança da Casa e foram acolhidas em uma sala reservada.
“Elas pediram para permanecer na Câmara porque se sentiam seguras aqui. Garantimos todo o apoio necessário e estamos encaminhando acompanhamento psicológico e psicossocial para elas”, disse.
O presidente informou ainda que será aberto um processo administrativo disciplinar (PAD) para apurar a conduta do ex-servidor dentro do âmbito legislativo. “Mesmo exonerado, o processo interno vai seguir, conforme determina o estatuto. É importante que a Casa apure e registre tudo oficialmente”, completou.
Ações da Procuradoria da Mulher
Caregnato ressaltou que a Câmara possui uma Procuradoria da Mulher (PEM), que também está acompanhando o caso.
“As vereadoras da PEM já foram informadas e estão prestando apoio. A Casa vai seguir dando toda a assistência necessária às servidoras”, afirmou.
O vereador Juliano Valim, responsável pelo gabinete onde trabalhava o acusado, foi comunicado logo após a reunião com as denunciantes. “Ele demonstrou preocupação e rechaço total ao assédio do assessor. Assim que foi informado, tomou as providências cabíveis”, disse Caregnato.
A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul reforçou que repudia qualquer forma de assédio ou violência no ambiente de trabalho e que seguirá colaborando com a investigação policial. O caso agora está sob análise da Polícia Civil, que deve definir as próximas medidas judiciais.
Em nota, o PSD afirmou que não compactua com qualquer tipo de assédio ou ameaça e tomará as medidas necessárias conforme o andamento das apurações.
Confira na íntegra:
“O PSD acompanha o caso com total seriedade e responsabilidade. Assim que tivemos conhecimento das denúncias, buscamos apurar os fatos com cautela e respeito às partes envolvidas. O partido não compactua com qualquer tipo de assédio ou ameaça e tomará as medidas necessárias conforme o andamento das apurações.”