A Polícia Civil confirmou que os dois colombianos mortos na Cidade Baixa, em Porto Alegre, na madrugada de sexta-feira (11), eram membros da mesma torcida organizada do Atlético Nacional, da Colômbia, que enfrentou o Internacional pela Copa Libertadores da América. As mortes de Alejandro Zuluaga, de 27 anos, e Victor Cartagena, também de 27, ocorreram em brigas separadas, mas em sequência.
Conforme o diretor do Departamento de Homicídios, Mário Souza, não houve envolvimento de torcedores do Inter ou de outros brasileiros nos confrontos.
“Inclusive, os dois eram amigos e tinham o contexto de estarem na mesma torcida organizada”, explicou.
De acordo com o titular da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), Eric Dutra, responsável pela investigação, o trabalho da polícia conseguiu elucidar boa parte dos casos. O primeiro homicídio foi praticado por Cartagena, que esfaqueou Zuluaga. Desta forma, o crime inicial já é considerado elucidado.
Cartagena, por sua vez, foi atacado e morto momentos depois, como vingança, por outros integrantes da torcida.
“Já identificamos e prendemos um dos autores do segundo homicídio, de 23 anos, que foi localizado na Rodoviária prestes a embarcar para São Paulo”, explicou.
Investigação e Monitoramento da Polícia
O tenente-coronel Hermes Völker, comandante do 9º BPM, destacou que a Brigada Militar monitorava os torcedores colombianos desde a chegada ao Estado. As torcidas “Los del Sur” e “Los Piratas”, ambas do Atlético Nacional, já eram conhecidas por conflitos anteriores.
“Havia um planejamento para impedir o contato entre os grupos, inclusive com escoltas e separação dentro do estádio. Infelizmente, os crimes ocorreram já na madrugada, fora do contexto da partida”, afirmou.
Além da briga entre os dois torcedores mortos, que também acabaram envolvendo outros colombianos, diversas pequenas ocorrências teriam sido registradas ao longo da madrugada. Outro fato revelado é que, antes da partida, pelo menos seis facas foram apreendidas durante a revista aos colombianos, antes da entrada no estádio. “Esses indivíduos assinaram termos circunstanciados após serem flagrados com essas armas brancas. Um deles foi o próprio Victor (Cartagena), que foi o autor do homicídio do Alejandro (Zuluaga)”, acrescentou Völker.
Segundo a investigação, a Polícia Civil segue apurando a participação de outros envolvidos no segundo homicídio. Um vídeo divulgado oficialmente mostra que mais de uma pessoa agiu na agressão que resultou na morte de Cartagena.
Além da Polícia Civil e da Brigada Militar, a Polícia Federal também participa da apuração, auxiliando na identificação e monitoramento de estrangeiros suspeitos. Outros detalhes sobre o andamento da investigação não foram fornecidos para que não atrapalhem no andamento do inquérito. Entretanto, a polícia afirma que os demais envolvidos permanecem em território brasileiro.