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Após um ano, polícia confirma formação de cartel em postos de combustíveis de Vacaria

Polícia Civil atuava no caso desde 25 de janeiro de 2019

Após um ano, polícia confirma formação de cartel em postos de combustíveis de Vacaria

Janeiro de 2019. Há mais de um ano, a Polícia Civil de Vacaria iniciava as investigações sobre denúncia de formação de cartel em postos de combustíveis da cidade. Nesta quarta-feira (12), o inquérito, com mais de 1,5 mil páginas, foi remetido ao Poder Judiciário indiciando os responsáveis.

De acordo com a Polícia Civil, com os levantamentos e análises dos preços dos combustíveis, foi possível perceber notável proximidade e similitude nos valores fixados entre postos, principalmente em relação à gasolina comum, apesar de possuírem “bandeiras” diferentes, estruturas físicas distintas e número de funcionários diferentes.

Na primeira verificação de preços, em 25 de janeiro do ano passado, os agentes perceberam que a variação do preço do combustível (gasolina comum) entre o estabelecimento com maior e menor valor não chegava a cinco centavos (R$ 0,05), ou seja, menos de 1% de variação nos preços de 16 (dezesseis) estabelecimentos.

Já em outras consultas posteriores (em abril, agosto e dezembro de 2019 e fevereiro de 2020), a variação do preço da gasolina comum entre o posto com maior e menor valor subiu para 3,40%, 5,20%, 7,35% e 9,07%, chegando a R$ 0,39 (trinta e nove) centavos de variação nos valores no maior patamar.

Durante a instrução do inquérito policial, policiais civis de todas as delegacias de policia de Vacaria participaram das diligências, sendo cumpridos mandados de busca e apreensão nos estabelecimentos comerciais, entre outras atividades investigativas, nas quais foram recolhidos aparelhos de telefone celular, notas fiscais, entre outros documentos e provas.

Os telefones apreendidos foram periciados, seus dados decodificados e analisados, sendo constatadas trocas de mensagens, via aplicativo WhatsApp, com sugestões de valores de preços.

Concluído o inquérito policial, os investigados foram indiciados como incursos nas sanções do artigo 4.º, II, “a”, da Lei 8.137/90 (fixação artificial de preços – Lei de crimes contra a ordem tributária) e artigo 288, “caput”, do Código Penal.

O caso agora está nas mãos do Ministério Público (MP) de Vacaria.