JUSTIÇA

Justiça condena quarteto a 222 anos de prisão por morte de casal no interior de Caxias do Sul

Eles foram acusados pela morte do casal Vanessa Silvestre Lisot, de 37 anos; e Adriano Camargo Leopold, de 28 anos, em abril de 2021

Justiça condena quarteto a 222 anos de prisão por morte de casal no interior de Caxias do Sul
Foto: Arquivo/ Grupo RSCOM

Após adiamento, os quatro acusados pelo duplo homicídio ocorrido em abril de 2021, no distrito de Santa Lúcia do Piaí, interior de Caxias do Sul, foram condenados a 222 anos de prisão por morte de casal no interior de Caxias do Sul. O julgamento foi concluído na quarta-feira (9).

Os mais de 200 anos de condenação são a soma das penas de Rudinei Obregon dos Santos; condenado a 63 anos e 4 meses de reclusão; de Felipe Alves da Silva a 61 anos e 6 meses; de Ricardo dos Santos Machado a 33 anos e 6 meses de reclusão; e Tiago Alexandre dos Santos Cassemiro a 63 anos e 6 meses.

Os quatro réus foram acusados pela morte do casal Vanessa Silvestre Lisot, de 37 anos; e Adriano Camargo Leopold, de 28 anos. Eles foram julgados por homicídio triplamente qualificado. Conforme o processo, a primeira circunstância qualificadora é por motivo torpe, pois os crimes teriam sido cometidos porque a vítima estava cobrando uma dívida do acusado e ex-namorado, Rudinei Obregon dos Santos.

A acusação também levou em conta duas qualificadoras: a promessa de recompensa e o recurso que dificultou a defesa dos ofendidos. Isso porque os acusados teriam cometido os crimes à noite, em local afastado e ermo, depois de terem entrado na propriedade por uma via de acesso anormal (no caso, o milharal) e ingressaram na residência de Vanessa armados. Além disso, estavam em maior número de pessoas, impossibilitando que as vítimas pudessem escapar da ação criminosa.

Além das acusações de homicídios qualificados, os quatro acusados responderam pela ocultação de cadáver. Um deles também é acusado de porte ilegal de arma de fogo.

Adiamento

O primeiro julgamento havia sido marcado para setembro do ano passado. Entretanto, a Justiça deferiu o pedido de adiamento por parte da defesa, alegando a ausência de um laudo de comparação genética nos autos do processo.

No sentido de evitar a nulidade da sessão, o Juízo da 1ª Vara Criminal de Caxias do Sul cancelou o julgamento. Apesar da decisão, os réus foram mantidos em prisão preventiva até o novo júri.

Saiba mais sobre o caso

Os crimes ocorreram na noite de 05 de abril de 2021. Quatro homens invadiram a residência de Vanessa e Adriano, renderam o casal, e trancaram o filho dela em um quarto. Na entrada da casa, Adriano foi executado. Os criminosos utilizaram o carro de Vanessa, um Ônix vermelho, para levar ela e o corpo de Adriano.

De acordo com a acusação, Vanessa também foi morta com um tiro na cabeça e jogada de uma ribanceira com 60m de altura, a cerca de 10 quilômetros da casa onde morava. O corpo de Adriano foi arremessado no mesmo local.

Quatro dias após o crime, com o auxílio de aeronaves da Brigada Militar e da Polícia Civil, o carro de Vanessa foi encontrado carbonizado na estrada de Caravaggio da 6ª Légua. Com a ajuda de Rudinei, ex-namorado da vítima, que à época confessou o crime, a equipe formada por policiais e moradores da região, encontrou os corpos no dia 11.

Os homicídios teriam sido motivados por uma dívida que o mandante, Rudinei, tinha com Vanessa. Enquanto namorados, ela teria emprestado R$ 100 mil para ele. O réu alega que teria recebido o dinheiro em doação e, na época do crime, vinha sendo cobrado por Adriano.