Montenegro: Ministério Público denuncia por feminicídio companheiro de personal trainer morta por asfixia
(Arquivo Pessoal)

Rio Grande do Sul - O Ministério Público do Rio Grande do Sul iniciou uma nova disputa judicial para restabelecer a condenação do réu pelo assassinato da personal trainer Débora Michels Rodrigues da Silva. O órgão recorreu da decisão de 18 de novembro, que anulou o julgamento realizado em 26 de abril, quando o Tribunal do Júri sentenciou o acusado a 26 anos e oito meses de prisão.

Débora morreu em janeiro de 2024, em Montenegro. Segundo a denúncia, o casal enfrentava um processo de separação. Uma discussão terminou em violência, e o acusado asfixiou a vítima. O Ministério Público afirma que ele colocou o corpo no carro e o abandonou na calçada, em frente à casa dos pais dela, para simular outra cena.

Anulação do Júri e Reação

A decisão que anulou o júri provocou reação imediata. O entendimento que derrubou o julgamento se baseou na interpretação de que a juíza presidente teria feito um gesto — descrito como um suspiro, um sorriso leve ou um movimento de cabeça — capaz de influenciar os jurados durante a fala da defesa.

O MPRS contesta essa versão. No recurso, o órgão afirma que ninguém comprovou que os jurados perceberam o gesto, nem que uma expressão tão sutil teria força para mudar um veredito construído após horas de depoimentos, provas e debates. O Ministério Público cita estudos de psicologia cognitiva, como os de Daniel Kahneman, para reforçar que decisões complexas não se alteram por um único estímulo isolado.