Rio Grande do Sul - O advogado Daniel Nardon, acusado de chefiar um esquema de fraudes envolvendo empréstimos bancários e ações judiciais, deixou a Penitenciária Estadual de Canoas na noite de sexta-feira (15). Ele estava preso desde 16 de maio, quando foi alvo de operação da Polícia Civil.
A decisão de soltura partiu da juíza Cláudia Junqueira Sulzbach, da 5ª Vara Criminal de Porto Alegre. Para permanecer em liberdade, Nardon terá de cumprir uma série de condições: comparecimento mensal em juízo, recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 7h e proibição de contato com outros investigados e vítimas, além de restrições ligadas ao exercício da advocacia.
Investigação e Denúncia
Segundo a Polícia Civil, a prática consistia em ajuizar ações revisionais contra bancos e, ao mesmo tempo, contratar empréstimos em nome dos clientes. O dinheiro era depositado diretamente nas contas das vítimas, que acreditavam se tratar de indenizações.
O escritório cobrava 30% do valor como honorários e, posteriormente, também ficava com quantias referentes a processos ajuizados sem que os clientes soubessem.
O Ministério Público denunciou Nardon em junho, com base no inquérito concluído no dia 9. A denúncia envolve três vítimas iniciais, mas há 82 investigações em andamento, que podem alcançar mais de 100 pessoas lesadas.
Regras Impostas pela Justiça
- Apresentação mensal em juízo;
- Recolhimento domiciliar noturno (19h às 7h);
- Proibição de deixar o país ou obter passaporte;
- Proibição de frequentar locais ligados à investigação;
- Proibição de contato com vítimas e investigados;
- Proibição de sair da comarca por mais de 15 dias sem autorização;
- Restrições no exercício da advocacia;
- Obrigação de manter endereço atualizado;
- Comparecimento a todos os atos processuais.
A defesa de Nardon informou que não irá se pronunciar.