DENÚNCIA

Justiça decreta prisão preventiva de advogada investigada por mais de 170 crimes em Vacaria

Segundo a denúncia, ela solicitava depósitos diretamente em sua conta bancária pessoal, usando justificativas falsas como supostas despesas processuais inexistentes

Foto: Ministério Público do Rio Grande do Sul/Divulgação
Foto: Ministério Público do Rio Grande do Sul/Divulgação

Vacaria - A juíza Tatiane Levandowski, da 1ª Vara Criminal de Vacaria, decretou a prisão preventiva da advogada Alessandra Rodrigues da Silva, investigada por mais de 170 crimes de estelionato e apropriação indébita majorada. A decisão foi tomada na terça-feira (16) e cumprida na quarta (17). O Ministério Público aponta que os prejuízos causados a clientes chegam a R$ 669 mil ao longo de sete anos de atuação.

Segundo a denúncia, Alessandra solicitava depósitos diretamente em sua conta bancária pessoal, usando justificativas falsas como supostas despesas processuais inexistentes. Também apresentava documentos adulterados para legitimar os repasses. A maior parte dos crimes teria ocorrido nas áreas de Direito de Família e Direito Tributário.

O escritório Tramontin & Advogados, onde Alessandra atuava, também foi vítima das fraudes, de acordo com o Ministério Público. A advogada foi afastada em novembro de 2024, quando o responsável pela banca soube, por intermédio de um cliente, da tentativa de cobrança de valores elevados para mover um processo.

Medidas Cautelares e Prisão

Antes da prisão, Tatiane Levandowski já havia recebido medidas cautelares, como a suspensão do exercício da advocacia por 12 meses, a proibição de desempenhar atividades econômicas ou financeiras de caráter jurídico e a vedação de divulgar serviços em redes sociais. Ainda assim, seguia anunciando serviços.

Na decisão, a juíza destacou que há indícios suficientes de autoria e materialidade, além de risco concreto à ordem pública e à instrução do processo.

“É evidente que a investigada descumpriu ordem judicial, buscou meio para burlá-la e seguir desempenhando suas atividades profissionais, demonstrando claramente o risco de reiteração delitiva e o total desrespeito ao Poder Judiciário”, afirmou.