JULGAMENTO

Júri de motorista de app de Caxias do Sul torturado e morto segue nesta quarta (13)

Mateus tinha 33 anos e desapareceu no fim de setembro de 2019. Seu carro foi encontrado incendiado no dia 28 daquele mês, próximo ao km 58 da BR-116. Trabalhos do júri ocorrem em Campestre da Serra

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

O Tribunal do Júri que julga os responsáveis pela morte do motorista de aplicativo Mateus Pereira de Campos entra, nesta quarta-feira (13), em seu segundo dia de trabalhos. Estão no banco dos réus dois homens apontados como executores do crime e a mulher que teria ordenado a execução: a companheira da vítima, uma advogada com atuação em Caxias do Sul e Vacaria.

Mateus tinha 33 anos e desapareceu no fim de setembro de 2019. Seu carro foi encontrado incendiado no dia 28 daquele mês, próximo ao km 58 da BR-116, em Campestre da Serra. O corpo, com sinais de tortura e duas perfurações de arma de fogo, foi localizado apenas duas semanas depois, em uma área de mato próximo a uma lavoura.

O caso, investigado pela Delegacia de Polícia de Vacaria com apoio da DP de Campestre da Serra, ganhou notoriedade pela brutalidade e pelas reviravoltas. O inquérito revelou que a própria companheira da vítima teria articulado o crime. A versão apresentada por ela nos primeiros dias — de que o casal havia sido alvo de um roubo — foi descartada logo no início pela equipe de investigação.

Comandadas pelo delegado Anderson Silveira de Lima, as diligências ligaram o homicídio a dois criminosos de Vacaria, com antecedentes por furto, roubo, receptação e abigeato. Eles teriam sido contratados para executar o plano. Ambos foram presos preventivamente e estavam em prisão domiciliar com monitoramento eletrônico até o início do julgamento.

Crime e Julgamento

A investigação aponta que o assassinato foi planejado. Mateus foi rendido, amarrado, torturado e morto com dois tiros. O corpo foi ocultado por dias, enquanto o carro era incendiado para dificultar o trabalho da polícia. A motivação do crime ainda será discutida em plenário, mas a hipótese principal é de que tenha sido um homicídio premeditado por razões pessoais e patrimoniais.

O júri popular teve início na manhã de terça-feira (11), presidido pela juíza Tatiane Lewandowski. O quarto réu do processo — também apontado como executor — será julgado separadamente em data ainda a ser definida.

As sessões ocorrem sob forte esquema de segurança. Jurados e testemunhas estão incomunicáveis até o encerramento dos trabalhos, como determina o protocolo em casos de alta repercussão.

Expectativas e Conclusão do Caso

A família de Mateus acompanha o julgamento em busca de justiça após quase seis anos de espera. O caso comoveu a comunidade de Caxias do Sul e mobilizou as autoridades da Serra Gaúcha.

A previsão é de que os trabalhos sigam até o fim da semana. A sentença poderá ser conhecida ainda nos próximos dias.