Rio Grande do Sul - O Tribunal do Júri de Butiá condenou um casal de amantes por assassinar o companheiro da mulher em janeiro de 2023. O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) comprovou que os dois cometeram o homicídio com extrema violência e tentaram esconder o crime. A Justiça aplicou 20 anos e seis meses de prisão à mulher, além de retirar dela o poder familiar sobre a filha do casal. O homem, vizinho da família e amante da ré, recebeu pena de 19 anos de reclusão.
Além das penas de prisão, o Judiciário determinou que cada réu pague R$ 10 mil de indenização à filha da vítima. A promotora de Justiça Laura de Castro Silva Mendes (foto) representou o MPRS durante o julgamento, que durou cerca de 12 horas. O promotor Rafael Graboski dos Santos conduziu a fase de instrução do processo.
Laura Mendes destacou a brutalidade do crime.
“A pena nunca vai apagar a dor dos familiares, vítimas indiretas de tanta crueldade. Mas o júri cumpriu sua função e reafirmou aquilo que a comunidade de Butiá já sabia: a responsabilidade dos dois está comprovada”.
Assassinato com Crueldade e Dissimulação
O crime aconteceu em 11 de janeiro de 2023, na residência da vítima, localizada em Butiá, na Região Carbonífera. A mulher vivia com a vítima há mais de 20 anos e tinha uma filha com ele. O réu, vizinho da casa, mantinha um caso amoroso com ela.
Na noite do crime, vizinhos ouviram barulhos suspeitos e acionaram a Polícia Civil. Menos de 12 horas depois, os policiais identificaram os dois envolvidos e executaram a prisão preventiva, mantida até o julgamento.
Conforme a denúncia do MPRS, o casal matou a vítima com um disparo de arma de fogo nas costas e vários golpes de faca, principalmente no pescoço e no rosto. A promotoria classificou o crime como homicídio qualificado por motivo fútil — motivado por conflitos do triângulo amoroso — e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, atacada de forma traiçoeira.
Ocultação do Corpo e Tentativa de Enganar a Polícia
Após o assassinato, os criminosos ocultaram o cadáver na zona rural de Butiá, em uma área de difícil acesso. O amante transportou o corpo até o local, enquanto a mulher limpou vestígios do crime na residência. No dia seguinte, ela tentou enganar as autoridades registrando um falso boletim de desaparecimento do companheiro.
O MPRS denunciou o casal também pelo crime de ocultação de cadáver, que o tribunal reconheceu como conexo ao homicídio qualificado.
Com a condenação, o caso se encerra com a responsabilização judicial de um crime que chocou a cidade pela violência, frieza e dissimulação dos autores. A promotoria considera que a Justiça deu uma resposta firme à comunidade de Butiá.