VIOLÊNCIA NA ESCOLA

“Isso é agressão”: mãe denuncia omissão após caso de maus-tratos em escola infantil de Bento Gonçalves

Famílias relatam demora na comunicação do caso, acusam direção de omissão e citam episódio semelhante em Caxias do Sul para exigir punições mais rigorosas

Escola Municipal de Educação Infantil Primeiros Passos, no bairro Conceição.
Escola Municipal de Educação Infantil Primeiros Passos, no bairro Conceição. | Foto: Reprodução/Google Maps

Bento Gonçalves - Pais e responsáveis por crianças de 1 a 2 anos da Escola Municipal de Educação Infantil Primeiros Passos, no bairro Conceição, em Bento Gonçalves, manifestam indignação após a denúncia de maus-tratos cometidos por duas servidoras da instituição. As funcionárias foram desligadas do serviço público, e o caso está sob investigação da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM).

Segundo relato de uma mãe que preferiu não se identificar, a situação foi descoberta por meio de uma denúncia interna e confirmada pelas câmeras de segurança. No entanto, os responsáveis afirmam que a direção demorou a informar as famílias.

“A escola deixou mais de 24 horas sem avisar nenhum dos pais. Isso já é um erro enorme da direção”, afirmou.

Os relatos indicam que as agressões teriam ocorrido no Berçário II, envolvendo cerca de nove crianças entre 1 e 2 anos.

“A direção confirmou que foi agressão. Elas não davam soco ou tapa na cara, mas apertavam com força e jogavam as crianças no berço. Isso é agressão”, relatou a mãe.

Os pais também comparam o caso a um episódio ocorrido em Caxias do Sul, onde uma professora foi presa após quebrar os dentes de uma criança.

“Lá a imagem foi divulgada e teve prisão. Aqui também foi agressão, mas só porque não teve fratura ou ferimento grave, não vai ter prisão? Isso é revoltante”, questionou.

Investigação e Ações da Secretaria Municipal de Educação

A investigação conduzida pela DEAM segue em sigilo. A delegada Deise Salton Brancher Ruschel confirmou a apuração, mas não forneceu detalhes para preservar o andamento do inquérito.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que, ao tomar conhecimento do caso, acionou as autoridades, desligou as servidoras contratadas via processo seletivo e ofereceu acolhimento às famílias. A administração classificou o episódio como “isolado” e ressaltou que a responsabilização caberá às instâncias competentes.

Reação dos Pais e Responsáveis

Pais e responsáveis afirmam que não tiveram nenhum apoio psicológico e ainda que pretendem protocolar um abaixo-assinado pedindo a substituição da direção da escola, acusando-a de omissão.

“A direção acoberta muita coisa. Isso não é de hoje”, declarou a mãe.

A direção da instituição informou, por telefone, que não pode se pronunciar por determinação da polícia e da Secretaria de Educação.