A denúncia de uma suposta agressão a duas crianças em uma escola de educação infantil de Nova Roma do Sul foi registrada na 8ª Delegacia de Polícia Regional. O fato teria ocorrido no dia 6 de dezembro em uma instituição administrada pela prefeitura e localizada na rua Júlio de Castilhos, no Centro.
Conforme informações registradas em boletim de ocorrência, uma mulher afirmou que uma das professoras estava “segurando com firmeza pelos braços um menino, de em torno de seis anos de idade”. Ela afirma que a funcionária do local “sacudiu a criança, girou ele e o pressionou contra a parede”. Depois disso, ainda “pegou outro menino e também o pressionou contra a parede”.
Ainda de acordo com o documento policial, a denunciante não soube informar se as crianças agredidas tiveram lesões aparentes e que duas pessoas afirmaram ter presenciado a atitude da professora.
A reportagem do Portal Leouve apurou que o Secretário de Educação, Cultura e Desporto, Cristiano Panozzo, e o prefeito Douglas Pasuch, foram contatados para que o conteúdo das câmeras fosse repassado às famílias das crianças agredidas. Ambos negaram a divulgação das imagens. Todavia, Pasuch afirmou que as imagens captadas pelo monitoramento foram entregues ao Conselho Tutelar e à Polícia Civil.
“A própria mãe desse menino que disse que foi agredido, tem um documento assinado em que ela não quer exposição de imagens, quando começou a frequentar esse colégio público. Então não vamos mostrar, os registros foram todos feitos e encaminhados. Lá o Conselho Tutelar me parece que esteve no mesmo dia na creche, averiguando, porque o relato das duas outras mães que disseram ter visto a agressão, foi um relato muito forte, acabou assustando até o Conselho. Não vamos mostrar (as imagens), ela que vá na justiça e veja lá. A coisa pra nós está nos envergonhando como comunidade”, ressaltou.
Segundo ele, no suposto momento das agressões, além da cuidadora, havia mais um professor e um funcionário. Por meio de nota oficial, o Executivo de Nova Roma do Sul chega a afirmar que a divulgação da denúncia chega a ser uma “calúnia”.
A Prefeitura Municipal vem a público se manifestar sobre a notícia que relata suposta agressão por parte de uma professora contra duas crianças na Escola Municipal de Educação Infantil Chão de Estrelas, na data de 06 de dezembro de 2024.
Esclarecemos que o fato foi devidamente investigado pelo Conselho Tutelar, registrado na Polícia Civil, e cuidadosamente analisado pela Secretaria Municipal de Educação, que revisou as imagens relacionadas ao caso, com a conclusão que não houve qualquer ato de agressão contra as crianças envolvidas.
Reiteramos nosso compromisso em combater a disseminação de mentiras, calúnias e ataques injustos direcionados a servidores públicos, especialmente quando envolve menores, situação que nos envergonha. Não toleraremos que falsas acusações sirvam para prejudicar a honra e a dedicação dos profissionais que contribuem para o bem-estar da nossa comunidade.
O Município reafirma sua plena confiança no serviço público de educação prestado pelos dedicados colaboradores da Escola Municipal de Educação Infantil Chão de Estrelas, que realizam um trabalho exemplar e acolhedor que transforma a vida de nossas crianças e suas famílias.
A advogada Luana Gattelli, que atua no caso, reforça que o fato das imagens não serem divulgadas pelas autoridades do município ampliam o debate a cerca das agressões.
“Se não houve (agressão), o que é difícil de acreditar, ele poderia simplesmente mostrar as câmeras porque teve tantas testemunhas, presenciaram a agressão, então a gente quer as filmagens para se assegurar do que realmente aconteceu. Estamos falando de uma acusação grave de uma agressão contra uma criança de cinco anos de idade, isso é gravíssimo. A recusa dele em fornecer as imagens dá mais ênfase de que realmente existe alguma coisa”, disse.
A defensora protocolou uma liminar na Justiça, em caráter de urgência, para que o prefeito e o secretário de Educação divulguem as imagens. O pedido está em análise pelo juiz de Antônio Prado. Uma decisão entre hoje (12) e esta sexta-feira (13) deve ser determinante para a sequência do processo.
Conforme a advogada, um conselheiro tutelar afirmou a uma das mães que teria ocorrido um “excesso” por parte da professora que, aparentemente, estava separando uma briga entre as crianças. A declaração foi obtida em uma ligação telefônica gravada.