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Casal de influenciadores é preso pela Polícia Civil em operação contra golpes em Canoas

Suspeitos teriam promovido rifas falsas para mais de 2 milhões de seguidores em redes sociais

Polícia Civil deflagrou a operação Dubai nesta terça (06) (Foto: Polícia Civil de Canoas)
Polícia Civil deflagrou a operação Dubai nesta terça (06) (Foto: Polícia Civil de Canoas)

Um casal de influenciadores digitais foi preso, nesta terça-feira (06), em Canoas, na região Metropolitana. Eles foram alvo da Operação Dubai, deflagrada pela Polícia Civil em combate aos crimes de exploração de jogos de azar, contra a economia popular, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Ambos teriam promovido rifas falsas para mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais.

A ação foi coordenada pela 3ª DP de Canoas e pela Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro (DRLD/Deic). Foram cumpridas 65 mandados de busca e apreensão em Canoas, Campo Bom, Novo Hamburgo, Balneário Camboriú (SC) e São Paulo.

A polícia apreendeu 15 veículos de luxo, avaliados em mais de R$ 1 milhão cada, passaportes e dinheiro em espécie. Os influenciadores digitais foram presos em flagrante, por posse irregular de arma de fogo, no condomínio onde moram, no bairro Estância Velha, após uma pistola calibre 9 milímetros ter sido encontrada em um cômodo. A arma é de uso restrito das forças de segurança.

O casal utilizava as redes sociais para rifar apartamentos, casas, motos, jet skis, e carros. As cotas dos sorteios, entretanto, eram vendidas por valores irrisórios. Em um dos casos, por exemplo, a participação nas rifas chegou a ser oferecida por 10 centavos.

De acordo com a Polícia Civil, os prêmios eram entregues para amigos e familiares do casal. A investigação também aponta para lavagem de dinheiro, com movimentações milionárias nas contas dos suspeitos e utilização de um esquema de laranjas.

Os valores das rifas seriam misturados com lucro de outras empresas ligadas ao casal. Ocorre que a maioria dos bens não está registrada em nome de nenhum deles. A suspeita é que a mescla de capitais e a ocultação dos ativos oriundos das rifas eram táticas para lavar dinheiro ilícito.

Quem são os suspeitos:

O casal ostenta vida de luxo nas redes sociais, com viagens ao exterior e compra de imóveis de alto padrão. Ambos mantinham sites e contas com a divulgação dos sorteios, que ultrapassam 2 milhões de seguidores.

Um dos perfis é intitulado “prêmios oficial” e acumula 1,1 milhão de seguidores. Ali, está publicado que “mais de 1,5 mil prêmios já foram entregues em todo o Brasil” e que as ações seriam “100% legalizadas com autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep)”.

A conta particular do homem o descreve como “criador de conteúdo automotivo”. Ele também diz ser proprietário de uma loja de suspensões para carros na avenida Boqueirão, em Canoas. O perfil dele soma mais de 310 mil seguidores.

Já a mulher é definida como “canceriana de 25 anos”. Ela diz ser dona de uma boutique, na avenida Doutor Sezefredo Azambuja Vieira, além de embaixadora de uma marca de produtos de beleza. Também é possível ler “ações 100% regularizadas” na conta dela. Quase 370 mil pessoas a seguem nas redes sociais.

O restante dos seguidores da dupla está distribuído em perfis das supostas empresas deles. A última publicação dos suspeitos ocorreu próximo às 1h. “O resultado da brincadeira de hoje ficou para amanhã, obrigado pela compreensão”, diz a postagem.

Fonte: Correio do Povo