Rio Grande do Sul - Pelo menos 11 veículos foram incendiados em Canoas e Nova Santa Rita entre as 3h e as 6h30min desta sexta-feira (27). Segundo informações, os veículos foram destruídos depois de um confronto entre a Brigada Militar e moradores de um condomínio localizado no bairro Mathias Velho.
Em Canoas, o dono de uma oficina mecânica relatou que por volta das 4h ouviu um estouro e percebeu que um veículo estava pegando fogo. Logo em seguida, o carro que estava ao lado também foi atingido pelas chamas.
Conforme o relato da BM, no município, oito automóveis foram destruídos pelas chamas. Já em Nova Santa Rita, outros três foram incendiados. Tudo teria ocorrido num período de três horas.
Ocorrência
Durante a madrugada, houve também um confronto com a BM em um condomínio no bairro Mathias Velho.
A Brigada afirma que teria sido chamada três vezes porque um homem estaria armado e disparando na rua. A primeira foi no começo da tarde, pelas 13h, e a última por volta das 21h, quando os policiais voltaram ao local.
Conforme a BM, quando os policiais chegaram, o homem que estaria armado correu para dentro de um condomínio nas imediações das ruas Campinas e Caçapava. Em determinado momento, os moradores teriam reagido e atirado contra os policiais, segundo a Brigada.
O confronto seguiu durante a madrugada. Uma viatura da Brigada Militar foi atingida e teve os vidros quebrados, mas ninguém ficou ferido.
Duas pessoas foram presas, mas a BM não confirmou se uma delas é o atirador que deu início à ocorrência. No início da manhã desta sexta, a BM seguia no local.
Suposta violência policial
Pelo menos seis moradores do condomínio relataram agressões por parte da BM durante o confronto. Alguns relatos dão conta de que uma criança de oito anos teria sido agredida e outra de dois teria recebido spray de pimenta no rosto.
Além disso, ao menos duas moradoras alegaram que foram agredidas sem motivos por policiais militares.
“Eu estava voltando do trabalho e queria entrar em casa para ficar com as minhas filhas, que estavam com uma pessoa que cuida delas. Não me deixaram entrar. Pegaram os meus documentos e colocaram a mão no meu pescoço e ainda me ameaçaram”, contou uma delas.
A outra relatou a mesma situação e reclamou que viu o marido ser tratado como bandido. Moradores ainda comentaram que ficaram sem luz porque um tiro foi dado num transformador que fica próximo ao condomínio.