Foto: Rafa Marin/Ascom Polícia Penal
Mais efetividade e menos riscos nas operações nas áreas de encarceramento - Foto: Rafa Marin/Ascom Polícia Penal

Rio Grande do Sul - A atuação de cães de trabalho tem sido uma das principais estratégias para reforçar a segurança no sistema prisional do Rio Grande do Sul. Em 2025, os chamados K9 participaram de 93 operações em unidades prisionais, auxiliando ações preventivas e repressivas, além de reduzir riscos aos servidores durante intervenções.

Os animais integram o Grupo de Operações com Cães (GOC) da Polícia Penal e são empregados tanto para a contenção de internos quanto para a identificação de materiais ilícitos. A presença ostensiva dos cães também exerce forte impacto psicológico, ajudando a inibir tumultos e situações de conflito dentro das unidades.

Atualmente, o sistema prisional gaúcho conta com 18 cães de trabalho e 10 policiais cinotécnicos, além de sete canis distribuídos em diferentes regiões penitenciárias do Estado. As estruturas estão localizadas na 2ª, 7ª, 8ª e 9ª regiões penitenciárias, além dos canis da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, da Penitenciária Modulada Estadual de Osório e do Presídio Estadual de Erechim.

Investimentos e equipamentos

Paralelamente à ampliação das estruturas físicas, a Polícia Penal intensificou os investimentos em equipamentos para fortalecer a atuação do GOC. Em 2024, foram adquiridos materiais como mordedores, macacões de proteção, peitorais de tração, bastões de estalo, colares de aço inox e guias de lona e nylon, totalizando R$ 37.559,00 em investimentos.

Também há cães treinados especificamente para a detecção de drogas, armas, aparelhos celulares e outros ilícitos. Para qualificar esse trabalho, o governo estadual investiu R$ 55 mil, em 2024, na compra de dez kits auxiliares de detecção, considerados entre os mais avançados da área.

Formação e capacitação

Outra frente importante foi a criação do Curso de Formação em Cinotecnia e Emprego Prisional (CFCEP), desenvolvido pelo GOC em parceria com a Escola do Serviço Penitenciário. Antes, a formação ocorria em outras instituições e, muitas vezes, com recursos próprios dos servidores.

A primeira edição do curso ocorreu em 2022, e a mais recente foi realizada entre novembro e dezembro deste ano. Ao todo, 50 servidores já concluíram a capacitação, que aborda temas como aprendizagem e fisiologia canina, atendimento pré-hospitalar, adestramento, técnicas de detecção, busca, captura e intervenção prisional.

O coordenador do GOC, Anderson Cardoso, ressalta a importância do uso dos cães nas ações de segurança.

“A presença do cão nas intervenções prisionais aumenta significativamente a segurança dos servidores penitenciários, em especial daqueles que integram o Grupo de Ações Especiais e os Grupos de Intervenção Rápida. Além disso, o impacto psicológico do cão contribui para inibir a intenção de tumultos, reduzindo a necessidade do uso de outros instrumentos de menor potencial ofensivo. Trata-se de um recurso extremamente benéfico e salutar para a atuação no sistema prisional”, afirmou.

Destaque internacional

Entre os dias 17 e 21 de novembro, 45 cães e operadores de países da América do Sul participaram do 8º Campeonato Sul-Americano de Cães de Trabalho, realizado em Goiânia. Representando a Polícia Penal gaúcha, o cão K9 Mohoc e seu operador, o servidor penitenciário Hugo Gomes, conquistaram o primeiro lugar geral da competição — resultado inédito para o Estado.

Cão K9 Mohoc e seu operador, o servidor penitenciário Hugo Gomes, conquistaram o inédito primeiro lugar geral em competição – Foto: Ascom Polícia Penal

Da raça pastor holandês, Mohoc tem cinco anos e atua desde os dois no canil da 9ª Região Penitenciária, com sede em Charqueadas. Em edições anteriores, equipes gaúchas já haviam conquistado prêmios e figurado entre os primeiros colocados do campeonato.