RACHADURAS

Bombeiros retiram moradores após problemas estruturais em residências no bairro De Zorzi II, em Caxias do Sul

Defesa Civil realizará avaliação para determinar a gravidade dos danos e quais medidas serão adotadas para garantir a segurança dos moradores

Fotos: Marcelo Oliveira / Grupo RSCOM
Fotos: Marcelo Oliveira / Grupo RSCOM

Na madrugada desta terça-feira (25), por volta das 3h, o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender a uma ocorrência de problemas estruturais em um conjunto de casas geminadas (sobrados) e em apartamentos na rua Luiz Gaio, quase esquina com a rua Sofia Leal Corrêa, no bairro De Zorzi II, na Zona Leste de Caxias do Sul.

Segundo os bombeiros, houve o desabamento de uma parede interna em um dos imóveis, além do desnivelamento de alguns centímetros em uma laje e o surgimento de rachaduras em outras residências. Moradores também relataram estalos, indicando possíveis novos danos.

Diante da situação, todas as famílias foram retiradas por precaução. Conforme a Defesa Civil, aproximadamente, 50 pessoas foram removidas. Não houve feridos. O risco identificado até o momento é apenas estrutural. A Defesa Civil realizará uma avaliação detalhada ainda nesta terça-feira para determinar a gravidade dos danos e quais medidas serão adotadas para garantir a segurança dos moradores.

Lindomar Ventura, síndico da área e um dos afetados, relatou o momento de tensão.


“Fui acordado pelos gritos dos vizinhos. Alguns ouviram estalos e acharam que era chuva de pedra, mas logo perceberam que as estruturas estavam cedendo. Teve morador que precisou sair pela janela porque a porta não abria mais”, contou.

Segundo ele, a situação dos sobrados é irreversível. “A princípio, está tudo interditado, sem futuro. Pelo que falaram, nem será permitido reconstruir aqui.”

Agora, os moradores aguardam a visita de engenheiros e geólogos para uma avaliação mais detalhada. Como os imóveis foram financiados, a esperança é recorrer ao seguro da Caixa Econômica Federal, uma vez que a construtora responsável faliu.

Lindomar, que mora no local há 11 anos, lamenta o prejuízo. “Investimos muito aqui. Reformei, pintei, fiz móveis sob medida. Há um ano, gastei R$ 12 mil em uma cozinha nova. E agora não tem como recuperar.”

Cerca de 20 pessoas precisaram deixar os sobrados, além de moradores dos apartamentos vizinhos, que também foram interditados. Enquanto aguardam uma solução, os desabrigados enfrentam a incerteza sobre o futuro de suas moradias.

Moradores do condomínio Moratta San Luigi, ao lado dos sobrados, também tiveram que deixar suas casas às pressas após a interdição de oito apartamentos por precaução. 

Lucimara de Jesus, uma das moradoras afetadas, relatou que, embora seu apartamento no quarto andar não tenha sofrido danos, todos foram obrigados a sair por segurança, caso o sobrado desabe.

“A gente teve que sair só com a roupa do corpo, sem poder pegar nada. Desde as três horas estamos na rua esperando”, contou Lucimara.

Segundo ela, os bombeiros informaram que a situação seria avaliada por técnicos da prefeitura às 9h, para determinar os riscos estruturais.

Ao todo, 18 residências foram afetadas: 8 apartamentos e 10 sobrados. Os moradores aguardam orientações sobre o possível retorno aos lares ou a necessidade de intervenção estrutural nos imóveis.