Rio Grande do Sul - Apesar de avanços importantes na regulação da saúde pública, o tempo médio de espera por uma consulta com gastroenterologista adulto no SUS ainda preocupa no Rio Grande do Sul. Dados da SES (Secretaria da Saúde) apontam que, entre setembro de 2024 e setembro de 2025, o tempo caiu de 65 para 50 dias, uma redução de 23%. No entanto, a marca atual ainda representa quase dois meses de espera por atendimento especializado, o que pode impactar diretamente a saúde de quem depende do sistema público.
A queda no tempo de espera é resultado da atuação conjunta da SES com o TelessaúdeRS, por meio do projeto RegulaSUS, criado para agilizar o acesso a especialistas e fortalecer o cuidado prestado na atenção primária à saúde (APS). O modelo foca na regulação ambulatorial qualificada, com triagem mais precisa, priorização de casos mais graves e suporte técnico entre médicos da atenção básica e especialistas.
Especialidade, Acesso e Riscos
A gastroenterologia concentra uma das maiores demandas dentro do SUS, com pacientes que apresentam doenças potencialmente graves, como hepatites, cirrose, nódulos hepáticos e doenças inflamatórias intestinais. O atraso no diagnóstico e início do tratamento pode levar à evolução silenciosa e perigosa dessas condições.
A SES reconhece o desafio. Embora a redução de 15 dias represente avanço, o número atual ainda não atende plenamente a urgência de muitos quadros clínicos.
“O acesso oportuno ao especialista pode significar a diferença entre um tratamento eficaz e uma internação de emergência”, alerta a pasta.
RegulaSUS: Avanços e Desafios
O RegulaSUS funciona como um elo entre médicos da atenção básica e especialistas do TelessaúdeRS, promovendo um processo mais eficiente na fila de encaminhamentos. O projeto também evita deslocamentos desnecessários, qualifica os atendimentos de primeiro contato e garante mais resolutividade nos serviços locais.
Mesmo assim, o gargalo na especialidade persiste. O tempo de espera ainda é alto para condições que, se não tratadas a tempo, podem causar complicações sérias e até irreversíveis.
A SES e o TelessaúdeRS continuam trabalhando na ampliação da estratégia para outras especialidades e regiões, mas o desafio de garantir acesso rápido e justo à atenção especializada no SUS permanece.