ALERTA

Superlotação atinge níveis críticos na rede hospitalar de Porto Alegre

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que os casos de doenças respiratórias lideram os motivos de internação, com 430 pacientes hospitalizados

Emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre | Foto: Clóvis Prates / HCPA
Emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre | Foto: Clóvis Prates / HCPA

A rede hospitalar de Porto Alegre opera em níveis críticos. Hospitais e unidades de pronto atendimento (UPAs) já excederam a capacidade máxima de atendimento. Até o fim da tarde de quarta-feira, o painel de monitoramento da Prefeitura registrou 4.342 dos 4.400 leitos ocupados, o que representa uma taxa de ocupação superior a 99%.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que os casos de doenças respiratórias lideram os motivos de internação, com 430 pacientes hospitalizados. A maioria (58%) mora na Capital, mas 42% dos internados vêm de outras cidades do interior gaúcho.

Hospitais de alta complexidade enfrentam o pior cenário. No Hospital São Lucas, a emergência adulta chegou a 360% de ocupação. A Santa Casa registrou 286%, o Hospital de Clínicas 272%, e o Conceição, 173%. Na Santa Casa, 69% dos internados vêm de fora de Porto Alegre.

Entre os hospitais de média complexidade, o Hospital Vila Nova trabalha com 100% de lotação na emergência adulta. Já o Hospital Cristo Redentor, especializado em algumas áreas, chegou a 500% de ocupação na emergência. A unidade não possuía leitos de emergência e agora mantém cinco pacientes internados.

As UPAs da Capital também enfrentam situação crítica. Todas operam acima do limite de atendimento. A UPA Moacyr Scliar lidera os índices de superlotação, com 365% de ocupação.

Emergência em Saúde e Superlotação

Diante desse cenário, a Prefeitura decretou situação de emergência em saúde na última sexta-feira, dia 16. O boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou um nível de alerta para crescimento prolongado dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 95% de probabilidade de aumento nas próximas semanas.

A superlotação também atinge os leitos pediátricos de alta complexidade. A Santa Casa opera com 163% de ocupação, o Hospital de Clínicas com 150%, e o Hospital Conceição com 100%.

A soma das internações por síndromes respiratórias e o avanço da dengue — que já havia motivado outra declaração de emergência em abril — agravam ainda mais o quadro epidemiológico da cidade.