GRUPO DE TRABALHO

Prefeitos da região de Veranópolis se unem por melhorias no atendimento hospitalar

Grupo de trabalho busca alternativas para ampliar leitos e reduzir a judicialização de atendimentos na média e alta complexidade

Reunião de trabalho debateu pauta da saúde
Reunião de trabalho debateu pauta da saúde. (Crédito: Mônica Mattia/Divulgação)

Prefeitos de municípios da microrregião de Veranópolis, com apoio do Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra (Corede Serra), formaram nesta semana um grupo de trabalho para enfrentar a escassez de leitos hospitalares na região. A iniciativa surgiu após reunião com a Comissão Intergestores Regional (CIR) da Região do Basalto e Uva e Vinho, realizada em Bento Gonçalves.

O grupo tem como prioridade a ampliação dos leitos de média e alta complexidade, diante de relatos preocupantes vindos de cerca de 15 municípios. Em alguns casos, o Sistema Único de Saúde (SUS) autoriza apenas uma cirurgia traumatológica por ano. Isso força os gestores municipais a adquirirem vagas em hospitais de referência, como os de Caxias do Sul e Bento Gonçalves, com recursos que deveriam ser destinados à atenção básica — e, ainda assim, sem garantia de atendimento.

“No nosso ponto de vista, a partir do momento que um hospital vira referência em termos de Estado, obrigatoriamente ele tem que ter a disponibilidade de leitos para atender à demanda, e hoje não está acontecendo isso”, comenta o prefeito de Veranópolis, Cristiano Dal Pai.

A falta de leitos comuns e de UTI tem levado à judicialização dos atendimentos, o que onera os cofres públicos e agrava o impacto emocional nas famílias.

“Quando há judicialização, os valores são muito grandes para os municípios. E também acabamos nos envolvendo emocionalmente com as famílias. Não é só uma pessoa que enfrenta o problema, mas toda família adoece. Então, nós temos que ter um tratamento humanizado nesse sentido”.

Prefeitos Buscam Soluções

As preocupações de Dal Pai foram compartilhadas ao lado dos chefes de Executivos de Vila Flores, Evandro Brandalise; de Fagundes Varela, Nelton Conte; de União da Serra, Cleonir Tauffer; de São Jorge, Danilo Cavagnolli; e Paraí, Gilberto Zanotto. A precariedade do sistema atinge diretamente mais de 100 mil pessoas da microrregião, que também enfrenta problemas estruturais nas estradas desde os eventos climáticos de maio de 2024.

 “Hoje, qualquer chuva é um transtorno muito grande para as cidades. Precisamos de um olhar diferente, tanto do Estado quanto da União para o nosso problema”, destaca o prefeito.

Uma das soluções propostas é a possibilidade de utilizar a estrutura hospitalar de Passo Fundo para aliviar a sobrecarga.

“Precisamos de soluções imediatas nesse quesito, muito diálogo e transparência. O Corede Serra foi de extrema importância em fazer essa reunião”, diz Dal Pai.

Próximos Passos

O grupo agora concentrará esforços na coleta de dados técnicos sobre a capacidade hospitalar da região, com foco em leitos, UTI, equipes médicas e estrutura física, conforme as exigências do SUS. A ideia é apresentar uma proposta de regionalização e repactuação ao governo do Estado.

“Se há demanda por mais vagas, é porque os números atuais não expressam a real demanda existente. Vamos unir forças e encontrar soluções viáveis”, comenta o presidente do Corede Serra, Evaldo Kuiava.