Rio Grande do Sul - O Rio Grande do Sul registrou uma queda de 8,9% nas mortes por câncer de mama em 2024, mesmo permanecendo entre os estados com maior incidência da doença no país. Foram 1.399 óbitos no último ano, contra 1.536 em 2023, segundo dados preliminares do Boletim Epidemiológico da Situação do Câncer de Mama, divulgado nesta sexta-feira (17) pela Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Apesar da redução nas mortes, o Estado apresentou 4.842 novos casos da doença, o terceiro maior número do Brasil, atrás apenas de São Paulo (14.327) e Minas Gerais (6.575). O total supera em 30% a média esperada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o triênio 2023-2025.
Redução na Taxa de Mortalidade
A taxa de mortalidade caiu para 24,2 por 100 mil mulheres, abaixo da previsão de 25,4 e inferior aos índices de 2022 (24,8) e 2023 (26,5). A redução reverte a tendência de alta observada no ano anterior.
Os números variam conforme o grupo racial. Entre mulheres brancas, a taxa foi de 27,86 por 100 mil, acima da média estadual; entre pardas, 10,02; e entre pretas, 20,37. Em relação a 2023, a mortalidade caiu entre brancas e pretas, mas aumentou levemente entre pardas.
Impacto
De acordo com Franciele Vasconcellos, analista em Saúde da SES, o resultado reflete o impacto das ações de controle e diagnóstico precoce.
“Detectar o câncer de mama em estágios iniciais é essencial para reduzir mortes e aumentar as chances de cura”, afirma.
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A incidência da doença também apresentou leve queda, passando de 89,53 para 83,79 casos novos por 100 mil mulheres. A maioria dos diagnósticos ocorreu entre mulheres de 50 a 69 anos (49,2%), faixa etária com maior recomendação para o rastreamento.
Disparidades Regionais e Cobertura de Mamografias
Entre os municípios, Guabiju apresentou a maior taxa de incidência (571,43 por 100 mil), enquanto Vista Alegre do Prata, São Domingos do Sul e Chapada registraram as maiores taxas de mortalidade.
Mesmo com a redução nos óbitos, o boletim alerta para a baixa cobertura de mamografias no Estado, estimada em 26%, abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As regiões das Araucárias (46%) e do Alto Uruguai (39%) têm os melhores índices, enquanto o Pampa (13%) e a Carbonífera (15%) apresentam os piores resultados.
O boletim integra as ações do Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
