A OMS ressalta que, até o momento, não há evidências de que o vírus seja mais letal. (Foto: Reprodução)
A OMS ressalta que, até o momento, não há evidências de que o vírus seja mais letal. (Foto: Reprodução)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um comunicado global alertando para a rápida disseminação de uma nova ramificação genética do vírus Influenza A (H3N2). Identificada tecnicamente como subclado K (ou J.2.4.1) e apelidada popularmente de “gripe K” ou “super gripe”, a variante tem se destacado pela sua alta capacidade de transmissão.

A mutação começou a ganhar força em agosto de 2025, espalhando-se aceleradamente pela América do Norte, Europa e Ásia. De acordo com a nota técnica da OMS, as mudanças genéticas desta versão facilitam a propagação do vírus em comparação com cepas anteriores.

Contágio vs. Gravidade do vírus

Embora seja muito mais contagiosa, a OMS ressalta que, até o momento, não há evidências de que o vírus seja mais letal ou que cause quadros clínicos mais severos do que a gripe sazonal comum.

A preocupação maior recai sobre idosos, crianças e pessoas com comorbidades, que são mais propensos a desenvolver complicações respiratórias.

Monitoramento no Brasil

No território brasileiro, o Ministério da Saúde já oficializou a identificação do subclado K em amostras coletadas no estado do Pará. O dado consta no Informe de Vigilância das Síndromes Gripais divulgado em 12 de dezembro.

Especialistas alertam que o vírus deve se espalhar rapidamente por outros estados, como a Bahia, devido ao intenso fluxo de turistas durante a temporada de verão. Autoridades sanitárias observam que a temporada de infecções respiratórias começou de forma precoce em diversas regiões do país.

O impacto da nova variante já é visível em países onde ela se tornou dominante. No Reino Unido, o serviço de saúde (NHS) registrou um recorde para esta época do ano, com mais de 2,6 mil internações diárias por gripe.

A Austrália enfrentou recentemente a temporada de gripe mais intensa de sua história antes da variante migrar para o hemisfério norte.

A situação está sendo acompanhada de perto pelo Sistema Global de Vigilância e Resposta à Gripe (GISRS), que conta com a colaboração de mais de 160 instituições ao redor do mundo. A recomendação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) é manter a vigilância ativa e reforçar as campanhas de vacinação, mesmo que o vírus siga o padrão esperado de epidemias sazonais.