Uma visita técnica para profissionais da imprensa realizada nesta terça-feira (3) no Complexo Hospitalar da Unimed deu o passo inicial para a operação de 20 equipamentos de endoscopia e processamento de imagem com Inteligência Artificial em Caxias do Sul. A tecnologia, a primeira a ser instalada em um hospital na Serra, permite que diagnósticos sejam realizados com maior precisão a partir da coleta de imagens de alta definição.
O sistema garante que os procedimentos tenham mais agilidade e possam fornecer avaliações mais precisas sobre os tratamentos a serem adotados diante de lesões do trato digestivo. Os aparelhos já estão em funcionamento e devem começar a ser usados no atendimento a pacientes na segunda quinzena de dezembro. O investimento é de R$ 3,2 milhões, que foram aplicados ao longo dos últimos três anos.
Uma das inovações do novo maquinário é a ferramenta de insuflador de dióxido de carbono, que provoca a absorção de gases pelo corpo do paciente após o exame e reduz o desconforto em procedimentos mais complexos. Outra novidade é o uso de uma ferramenta que melhora a visualização dos órgãos em situações de emergências ou preparo inadequado.
O coordenador médico do Serviço de Endoscopia da Unimed Serra Gaúcha, Iverson Weber explica que os equipamentos utilizam um sistema de busca em um banco de dados em tempo real que contém centenas de milhares de endoscopias já realizadas. Assim, a partir desse repertório de informações, os procedimentos têm maior qualidade, assertividade terapêutica e risco reduzido de complicações.
“Com esses novos aparelhos, conseguimos caracterizar as lesões e dizer se são benignas ou malignas, se precisam ser removidas ou não. Dependendo da caracterização da lesão que a gente encontra, tem condutas diferentes. A IA vem pra nos dizer isso e nos mostrar a classificação no próprio exame, ela consegue nos ajudar em diversos sentidos”, avalia Weber.
Nova tecnologia não substitui trabalho do médico, mas auxilia na busca do melhor tratamento
O diretor-presidente da Unimed Serra Gaúcha, André Leite, destaca que a nova tecnologia não serve como um substituto para o trabalho do médico, mas sim auxilia na busca mais ágil do tratamento ideal a ser adotado, com a devida supervisão e acompanhamento do profissional de saúde.
“O profissional médico é fundamental, pois é ele quem pilota o aparelho, a decisão é dele. A ferramenta de inteligência artificial é só um apoio para ajudar o médico decidir o passo a ser dado a seguir. Tudo isso agrega a experiência do médico com a experiência que foi acumulada pela fabricante do software de centenas de milhares – talvez milhões – de exames no banco de dados que vão comparar aqueles achados que o médico está tendo, e em tempo real, auxilia o endoscopista no tipo de exame. Então, a experiência do profissional é insuperável. Não adianta nada eu ter uma Ferrari e colocar alguém pra dirigir sem carteira de motorista”, salienta Leite.
Com a agilidade proporcionada pelos equipamentos, será possível realizar um maior número de exames em menor espaço de tempo. Atualmente, são cerca de 1,5 mil exames desse tipo por mês no centro de saúde. Segundo a direção do hospital, novos equipamentos com inteligência artificial devem ser implantados ao longo dos próximos meses no Complexo Hospitalar da Unimed.
Para o coordenador de enfermagem do Serviço de Endoscopia, Luciano Doro, a possibilidade de identificação de alterações sutis no trato digestivo representa o constante compromisso da Unimed com a inovação, trazendo melhoria no atendimento e diagnóstico seguro para toda a comunidade da região.
“Diagnósticos cada vez mais precisos podem fazer toda a diferença no tratamento e recuperação dos pacientes. Essa tecnologia estava disponível em apenas grandes centros do país, agora teremos isso acessível em nosso serviço. Sem dúvidas, esse é um marco muito importante”, celebra.