
Caxias do Sul - A estudante Anna Carolina Silveira, natural de Caxias do Sul e aluna do curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), foi selecionada para apresentar sua pesquisa no Congresso Internacional de Neurologia e Neurociência, que será realizado em novembro, na Flórida (EUA). Ela será a única brasileira e também a única estudante de Medicina entre os palestrantes do evento, que reúne especialistas do mundo todo.
O trabalho, desenvolvido em parceria com a colega Júlia Oriques Bersch e orientado pelo neurologista e professor William Alves Martins, aborda um caso raro da síndrome do cromossomo 14 em anel, condição genética registrada em pouco mais de 80 casos em todo o mundo desde 1971. A pesquisa nasceu durante o estágio curricular de Anna Carolina no Centro de Especialidades da Ulbra, em Canoas, quando ela acompanhou uma criança diagnosticada com a síndrome.
Participação
A dupla realizou um levantamento completo da literatura científica disponível sobre o tema, analisando os 13 artigos publicados até hoje sobre a condição. Júlia foi responsável pela revisão teórica, enquanto Anna redigiu o relato clínico e apresentará o trabalho nos Estados Unidos.
“Durante meu estágio curricular obrigatório em Pediatria, acompanhei o caso de uma criança com essa condição rara. Esse envolvimento me motivou a aprofundar o tema e desenvolver um trabalho científico em forma de relato de caso associado a revisão de literatura. Cada descrição clínica contribui para acrescentar uma nova peça no quebra-cabeça da doença”, contou Anna Carolina.
O estudo descreve sintomas e desafios da síndrome, que pode causar epilepsia grave, deficiência intelectual, traços de autismo e infecções recorrentes. Por sua raridade, cada novo caso documentado contribui significativamente para o avanço da neurologia mundial.
O Compromisso
Com mais de 120 publicações científicas em congressos e periódicos no Brasil e no exterior, Anna Carolina reafirma seu compromisso com a ciência e com a medicina baseada em evidências. “Despertou em mim o desejo de contribuir para o conhecimento médico e ajudar outras crianças que enfrentam condições semelhantes”, afirma.