
O Rio Grande do Sul entra em alerta epidemiológico após o Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) confirmar o primeiro caso importado de sarampo, desde janeiro de 2024. Trata-se de uma paciente de 50 anos, moradora de Porto Alegre. A mulher não possuía comprovação vacinal e havia retornado de viagem dos Estados Unidos no final de março. Os primeiros sintomas surgiram no início de abril.
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre estão em monitoramento dos contatos domiciliares do caso quanto ao surgimento de sintomas e situação vacinal contra o sarampo. Até o presente momento não há casos sintomáticos dentre os expostos.
A mulher apresentou febre, mialgia, cansaço, tosse e coriza em 3 de abril, dias após ter retornado de viagem. O exantema maculopapular (manchas avermelhadas) teve início discreto na face em 6 de abril, com progressão para tórax, abdômen e membros. Em busca de atendimento médico, ocorreu hospitalização de 8 a 11 de abril, permanecendo em isolamento e sendo detectada plaquetopenia (redução do número de plaquetas no sangue).
Ela relatou ter realizado esquema vacinal completo contra o sarampo, porém não apresentou comprovante. Foram coletadas as amostras clínicas, com envio ao Lacen/RS e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com resultados reagentes (positivos) em 17 de abril.
No país, já foram identificados neste ano três casos no Rio de Janeiro, um no Distrito Federal, um em São Paulo e, agora, por último o caso do RS.
A medida mais efetiva para a prevenção é a vacinação, oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a população de 12 meses a 59 anos, de acordo com as indicações do calendário de rotina.
O sarampo
É uma doença infecciosa, especialmente grave em menores de cinco anos, imunodeprimidos e desnutridos. É, extremamente, contagiosa e causada por um vírus transmitido de pessoa para pessoa por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Os principais sinais e sintomas do sarampo são o aparecimento de manchas vermelhas no corpo e febre alta (acima de 38,5°C) acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse seca, irritação nos olhos (conjuntivite) e nariz escorrendo (coriza). A transmissão inicia seis dias antes do exantema e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo.
O sarampo no RS
Os últimos casos ocorridos dentro do Rio Grande do Sul (sem histórico de viagem) foram registrados entre 2018 e 2020, com 185 confirmações no período. Em janeiro de 2024, o RS confirmou um caso importado de sarampo em crianças de três anos, sem vacinação prévia, procedente de país asiático e sem outros casos derivados.
Série histórica no RS
- 2025: 1 caso importado
- 2024: 1 caso importado
- 2021-2023: sem casos registrados
- 2020: 37 casos
- 2019: 101 casos
- 2018: 47 casos
- 2012-2017: sem casos registrados
- 2011: 8 casos
- 2010: 7 casos
Esquemas vacinais
A vacina tríplice viral é contraindicada durante a gestação. As gestantes não vacinadas ou com esquema incompleto deverão receber a vacina no puerpério.
A vacinação contra o sarampo para as crianças possui meta de vacinação de 95%. O Rio Grande do Sul alcançou a meta para a primeira dose nos últimos dois anos, porém sem chegar no índice para a segunda dose.
- Crianças de 12 meses a menores de cinco anos: primeira dose (D1) aos 12 meses com a tríplice viral e segunda dose (D2) aos 15 meses com a tetraviral (ou tríplice viral + varicela monovalente).
- Pessoas de cinco a 29 anos: duas doses da vacina tríplice viral.
- Pessoas de 30 a 59 anos: uma dose de tríplice viral.
- Trabalhadores da saúde: duas doses de tríplice viral.