
O Projeto de Lei 026/2025, do Executivo Municipal, que propõe a transformação de uma área de uso comum em terreno para interesse social no Altos da Julieta, será debatido em Plenário nesta terça-feira (4) na Câmara de Vereadores de Farroupilha. A proposta prevê a construção de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, em quatro pontos da cidade, entre eles o Altos da Julieta, mas a presença de nascentes da barragem no local gera questionamentos entre os moradores sobre a viabilidade do projeto.
O presidente da Câmara, Jorge Cenci (MDB), ressaltou que visitou a área junto com outros vereadores e técnicos e confirmou a existência de correntes de água no terreno. “Eu estive no local junto com outros vereadores e realmente dá pra perceber que ali tem corrente de água”.

Cenci também relembrou que uma proposta anterior do Executivo visava preservar a área, inclusive permitindo a construção de uma praça no local. Ele explicou que não se posiciona contra ou a favor do projeto em si, mas que conhece o processo conduzido pelo líder de governo, Davi de Almeida (PP) incluindo reuniões com moradores e técnicos para avaliar a situação das nascentes.
Na sessão da segunda-feira (3), Almeida trouxe gráficos onde demonstrava ser possível levar adiante o projeto habitacional, sem impactos ao meio ambiente.
“Existe a possibilidade de alguém pedir vistas, mas, ao meu ver, o que os moradores propõem e questionam, o município atenderá as demandas que eles buscam. Há sim a possibilidade deste projeto ser aprovado pelos vereadores. Eu, como presidente, me cabe conduzir os trabalhos”, afirmou. Vistas é o mecanismo parlamentar para prorrogar a discussão por mais sete dias, a fim do vereador colher mais informações a cerca do tema.

Se nenhum dos vereadores pedir vistas a tendência é que o mesmo seja votado nesta noite de terça-feira. À exemplo de outras sessões, os moradores da localidade buscam estar presentes no momento da discussão.
Ponto de vista dos moradores
A preocupação da população do Altos da Julieta se baseia no futuro do espaço escolhido pelo Executivo, já que a viabilização das construções comprometeria os recursos naturais ali existentes, como as nascentes e árvores. Além disso, existe o pedido para melhoria nas questões de segurança, coleta de lixo, abastecimento de água e energia.
Os moradores ressaltaram que foram pegos de surpresa, alegando a necessidade de um estudo maior por parte dos parlamentares sobre a aprovação o tema.