Bento Gonçalves

Irmã suspeita de matar Aparecida se apresenta à polícia e confessa o crime

Irmã suspeita de matar Aparecida se apresenta à polícia e confessa o crime
Vítima foi encontrada ao lado da cama

Principal suspeita da morte de Aparecida de Fátima Marin Bittencourt, de 44 anos, Ana Paula Bittencourt, de 32 anos, se apresentou à polícia de Bento Gonçalves na noite da sexta-feira, dia 11, e confessou o crime, que teria ocorrido na madrugada do dia 2 de agosto. De acordo com o delegado Álvaro Becker, que comanda as investigações, ela deverá responder o processo em liberdade.

Em seu depoimento, Ana Paula não alegou legítima defesa, afirmou que a relação com a irmã era turbulenta, que as duas teriam desacertos em diversos assuntos e que Aparecida teria um temperamento agressivo.

Ana Paula disse ao delegado que, na noite do crime, as duas discutiram e que ela teria empurrado a irmã, que bateu a cabeça no chão e desmaiou. Neste momento, ela teria pegado a faca e esfaqueado diversas vezes a irmã. A acusada não revelou o motivo da discussão.

Delegado Becker confirmou que Ana Paula confessou o crime (Foto: Bruno Mezzomo)

Becker relatou que, depois do crime, Ana Paula agiu com extrema frieza, inclusive se passando pela irmã ao atender a Brigada Militar, chamada por um vizinho por conta da discussão e utilizado o celular da vítima para enviar mensagens afirmando que estava bem e que teria tido um pesadelo.

Esse comportamento foi destacado por Becker.

Algo bem tétrico e montado por ela para tentar ocultar esse crime de certa forma bárbaro e que abalou a cidade de Bento Gonçalves”, revelou.

Alternando momentos de frieza e de arrependimento, segundo o delegado, Ana Paula contou que esteve em Caxias e em Porto Alegre antes de se refugiar em uma cidade próxima a Erechim, onde esperou até se apresentar à polícia.

Ela disse que levou o celular da irmã e que jogou fora a faca utilizada no crime no rio Guaíba, durante sua passagem pela capital. Nos próximos dias, Becker deve seguir tomando os depoimentos de Ana Paula para esclarecer outros pontos sobre o assassinato, e não descarta realizar a reconstituição do crime.

Segundo ele, esta é uma decisão que vai depender das condições de segurança do local, mas a sua realização é considerada importante.

Becker afirmou que a acusada vai responder em liberdade porque teria apresentado endereço fixo e não tem antecedentes criminais, e que ela foi instruída a não se afastar do município.

Um laudo preliminar da perícia, que deve ser concluída nesta semana, aponta que a causa da morte provavelmente foi um dos golpes de faca, que cortou a jugular da vítima. Pelas câmeras de segurança liberadas pela polícia, Ana Paula esteve com a Brigada Militar às 4h37min, depois que os policiais atenderam o chamado do vizinho. Aparecida já estaria morta, e Ana Paula não apresentava vestígios de sangue.

Em outros vídeos, a acusada sai do apartamento carregando uma sacola às 9h02min do dia 2, e volta sem a sacola às 10h31min, ficando cerca de 14 minutos no apartamento.

Ana Paula era considerada a principal suspeita do crime, depois que as câmeras de vigilância do edifício mostraram que, nos últimos dias, apenas ela e a irmã teriam entrado no apartamento em que residiam, o que, juntamente com a constatação de que não houve arrombamento e que nada de valor havia sido levado do local, fez a polícia descartar a hipótese de latrocínio.

O desaparecimento de Ana Paula e a falta de contato dela com familiares também reforçaram as suspeitas. Ela morava com Aparecida há cerca de dois meses, depois de deixar a cidade de Santiago em busca de uma vaga de trabalho em Bento.

Relembre o caso

O corpo da cuidadora de idosos Aparecida Bittencourt foi encontrado na tarde da terça-feira, dia 8, depois que a zeladora viu sangue na porta do imóvel e acionou uma irmã que tinha a chave do apartamento, localizado no quinto andar de um prédio no bairro São Francisco, em Bento Gonçalves. Aparecida foi encontrada morta com diversos golpes de faca no peito, pescoço e rosto, vestindo roupas íntimas. A perícia indicou sinais de que a vítima já estaria morta há alguns dias.

Confira trechos da entrevista coletiva

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