Grupo de vereadores de Caxias do Sul apoia abertura de impeachment de Eduardo Leite

Moção de apoio a abertura do processo de impeachment do governador, assinada por oito parlamentares, será votada na sessão de terça-feira, dia 1° de julho

Segundo o Governador Eduardo Leite, os novos investimentos ampliarão a capacidade do estado para enfrentar o crime e proteger a população em caso de eventos climáticos
| Foto: Maurício Tonetto/Secom

Um grupo de vereadores de Caxias do Sul manifesta apoio formal ao pedido de impeachment do governador Eduardo Leite (PSD), protocolado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul pelo deputado estadual Capitão Martim (Republicanos). A moção, assinada por oito parlamentares de diferentes partidos, foi protocolada na Câmara Municipal no dia 26 de junho, e será votada na sessão de terça-feira (1°).

O documento – Moção nº 16/2025 – detalha os motivos pelos quais os vereadores consideram legítimo o prosseguimento do pedido de afastamento do chefe do Executivo estadual. Entre as principais acusações levantadas no texto – e que constam no processo de impeachment de Leite – estão; gastos excessivos com publicidade institucional, uso de recursos públicos para promoção pessoal, desperdício de verbas, descaso com planos de prevenção a desastres e problemas graves na gestão da saúde pública e da Defesa Civil.

De acordo com o texto publicado na moção, Eduardo Leite aumentou em 204% os gastos com publicidade entre 2023 e 2025, ano em que se lançou como pré-candidato ao Senado. O texto cita o documentário institucional “Todos Nós por Todos Nós”, veiculado em 2024/2025, que, segundo o deputado, teria sido utilizado como peça de autopromoção do governador. A produção custou cerca de R$ 500 mil aos cofres públicos.

A moção também destaca o engavetamento de relatórios e planos de prevenção a enchentes, apontando que o governo reduziu drasticamente o orçamento destinado à Defesa Civil, de R$ 1 milhão em 2022 para apenas R$ 100 mil em 2023 – outro fato apontado por Capitão Martim no pedido de abertura de cassação. Além disso, acusa Leite de burlar a Constituição ao incluir despesas com inativos no cálculo do investimento mínimo em saúde.

Outro ponto citado é o “Tarifaço”, projeto de aumento do ICMS, que gerou R$ 3 milhões em gastos com publicidade antes mesmo de ser retirado de pauta. Os parlamentares também mencionam denúncias de superfaturamento em casas provisórias no Vale do Taquari e o sucateamento do IPE-Saúde, já alvo de moção de repúdio anterior.

Assinaram a moção os vereadores Hiago Stock Morandi (PL), Alexandre Bortoluz (PP), Andressa Mallmann (PDT), Calebe Garbin (PP), Capitão Ramon (PL), Daiane Mello (PL), Pedro Rodrigues (PL) e Sandra Bonetto (NOVO).

No encerramento do documento, os vereadores defendem que a apuração rigorosa das denúncias é essencial para garantir transparência, moralidade e responsabilidade na gestão pública. A moção, se aprovada na sessão de terça, será enviada ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pepe Vargas (PT), e ao autor do pedido de impeachment, deputado Capitão Martim.