Política

Com saída de Paulo Caleffi, Bento Gonçalves está novamente sem representação em Brasília

Terceiro deputado federal na história do município avalia período como positivo e confirma pré-candidatura à reeleição

Paulo Caleffi (PSD)
Paulo Caleffi (PSD)

Após 10 meses, Bento Gonçalves está novamente sem representação no Congresso Nacional. Com os prazos para incompatibilização de pré-candidatos às eleições deste ano que ocupam cargos públicos na administração direta vencendo no dia 2 de abril, Paulo Vicente Caleffi deixou, no final de março, o mandato como deputado federal pelo PSD, que exerceu por 10 meses a partir do licenciamento do deputado Danrlei de Deus para ocupar a secretaria de Esportes do Rio Grande do Sul. Para Caleffi, a experiência foi exitosa e contribuiu com o desenvolvimento da região. Com a volta de Brasília, Caleffi retoma suas atividades profissionais e se dedica à pré-campanha para conquistar uma vaga na Câmara Federal nas eleições de outubro deste ano.

Ao longo desses 10 meses de mandato, Caleffi, que assumiu como o terceiro deputado federal da história de Bento Gonçalves, elegeu a área da saúde como prioridade para a obtenção de recursos, o que ficou evidente com a liberação de R$ 5,2 milhões já no primeiro mês de atuação em Brasília. No total, o deputado destinou mais de R$ 10 milhões em emendas para a saúde, obras, esportes e outras áreas. Um ponto importante, segundo o deputado, é que a liberação desses recursos passou por uma intensa articulação com o governo, pois as emendas parlamentares já estavam destinadas pelo titular da cadeira.

Para Caleffi, seu trabalho sempre teve o objetivo de priorizar o atendimento de demandas regionais. “É preciso pensar como floresta, não como árvore”, sintetiza o deputado, que exemplifica como esse pensamento se materializa na prática: “É preciso que as pessoas saibam que, quando encaminhamos uma emenda parlamentar, por exemplo, a um hospital de Caxias, esta instituição atende dezenas de municípios. Então, não é apenas para Caxias, é para toda uma região”, explica, lembrando que os recursos liberados por sua articulação beneficiaram as comunidades de cerca de 25 municípios, entre eles Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Garibaldi e Cotiporã, reforçando sua prioridade na Serra, mas também beneficiando outras regiões do estado, como demandas conquistadas para cidades como Guaíba e Lajeado.

Além da liberação de recursos, Caleffi entende que uma das funções mais importantes do parlamentar é articular as demandas dos municípios e do estado. Neste sentido, Caleffi ressalta a representação por fomento ao setor moveleiro e encaminhamentos para conquistar melhorias viárias, destacando-se neste escopo articulações pela BR-470, a duplicação da BR-116. O transporte sempre esteve em destaque na vida do parlamentar, e na Câmara Federal não foi diferente, com a aprovação de dois projetos de lei que desburocratizam processos e protegem o meio ambiente.

No período em que esteve na Câmara, Caleffi participou de algumas decisões polêmicas, como a aprovação do Fundo Eleitoral de R$ 5,4 bilhões, conhecido como fundão, e a nova lei de improbidade administrativa, que estabeleceu a necessidade de provar a intenção dolosa do agente público para resultar na cassação e perda de direitos políticos. Em ambos projetos, Caleffi votou favorável às medidas mesmo contra suas bases eleitorais, e recebeu críticas por sua posição, alegando que seguiu orientações do partido.

Ao deixar a Câmara Federal, Caleffi avalia o período como positivo, com conquistas significativas que devem ter continuidade. Por isso, ele confirma sua pré-candidatura a uma cadeira como deputado federal. “Sou um deputado da região da Serra Gaúcha. Por isso quero continuar o trabalho e, desde já, sou pré-candidato à reeleição”, anuncia Caleffi