Política

CDL de Caxias estima impacto negativo de R$ 3,6 milhões por dia para o comércio

Caso o cenário persista até o fim de abril, os prejuízos podem chegar a R$ 144 milhões. Empreendimentos respondem por 28 mil empregos formais no município.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul, divulgou na tarde deste domingo o resultado de um estudo realizado através do Núcleo de Informação ao Mercado, sobre os prejuízos causados para o comércio do município em decorrência ao novo Coronavírus (COVID-19). A pesquisa detalhada, que inclui também perspectivas mundial, nacional e estadual, pode ser acessada em anexo.

Os números refletem a força do empreendedorismo. A CDL Caxias é a maior entidade do movimento lojista do Rio Grande do Sul e está entre as maiores do Brasil, com mais de 4,3 mil associados, sendo que destes 69% (2.961) são micro e pequenas empresas. O setor de comércio gera cerca de 28 mil empregos formais e responde por 28% do PIB de Caxias do Sul, com faturamento anual de 2,1 bilhões por ano.

Da mesma forma em que a CDL defende com prioridade absoluta a preservação da vida, a entidade também está preocupada em ajudar o empreendedor a lidar com a crise e auxiliar a cidade na retomada da economia, pela importância destes estabelecimentos para o município.

Baseada nos números de arrecadação de ICMS, a CDL Caxias do Sul estima que os empreendimentos ligados ao comércio deixam de faturar R$ 3,6 milhões por dia, representando 58% a menos, devido ao impacto das restrições no município. Caso este cenário persista até o fim de abril, o prejuízo pode chegar a R$ 144 milhões.
No Brasil, a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CDNL) e o SPC projetam impactos negativos em mais de R$ 100 bilhões para o mesmo período (março e abril), tendo como a normalização das atividades a partir de maio. Caso os efeitos da pandemia avancem além desse período, o prejuízo será ainda maior, com graves consequências para a economia do país. A queda nas vendas foi sentida antes mesmo da suspensão das atividades, com exceção dos segmentos de supermercados, drogarias e farmácias.

“Considerando que o setor foi um dos mais castigados pela crise econômica que passamos desde 2014 e que agora estava conseguindo pegar tração para crescer de forma contínua e sustentável, esta pandemia apresenta-se como um duro golpe em nosso comércio. O cenário é desolador, principalmente quando refletimos sobre o número de empresas que terão capacidade para manter-se abertas até o final desta crise ou aquelas que conseguirão sobreviver sem cortes profundos no seu quadro de pessoal”, lamenta o presidente da CDL Caxias, Renato S. Corso.
O assessor de economia e estatística da CDL Caxias, Mosár Leandro Ness, explica que os números são consideráveis e que o impacto negativo não será recuperado a curto prazo, tendo em vista que as vendas não realizadas serão perdidas.

“Além dessa perda, haverá consequências no quadro de colaboradores, com demissões e a interrupção de renda de muitas famílias. O cenário local é, no mínimo, preocupante”, complementa o especialista.
Dados mais recentes do comércio caxiense mostram que o desempenho em janeiro de 2020 se manteve praticamente estável, com um crescimento de 0,18% quando comparado com o mesmo mês de 2019. Em comparação a dezembro, houve um recuo de 10,51% nas vendas, resultado que era esperado, devido às férias e a movimentação dos caxienses para o litoral.