A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou o Projeto de Lei 185/2025, que reajusta em 8% o piso regional dos trabalhadores gaúchos. O texto, de autoria do Poder Executivo, recebeu 46 votos favoráveis e 4 contrários, após intenso debate entre os parlamentares sobre os efeitos econômicos da medida.
O reajuste, válido para 2025, define novos valores para os cinco níveis de categorias profissionais. O piso regional mais baixo, que engloba trabalhadores da agricultura, pecuária, construção civil, serviços domésticos e turismo, passa a ser de R$ 1.789,04. Já o mais alto, destinado a técnicos de nível médio, sobe para R$ 2.267,21.
Durante a tramitação, cinco emendas surgiram — quatro do PT e uma do deputado Rodrigo Lorenzoni (PL), com apoio de outro parlamentar. No entanto, o deputado Gustavo Victorino (Republicanos) apresentou um requerimento de preferência pela votação do texto original, que a Assembleia aprovou. O PT retirou três de suas emendas e as demais não foram votadas.
Rodrigo Lorenzoni questionou a eficácia do piso regional para o crescimento da economia e citou indicadores de desempenho desde a criação da política. “Não sou contra valorizar o trabalhador, mas precisamos discutir se este é o melhor caminho dentro do ambiente econômico atual”, afirmou.
Felipe Camozzato (Novo) também se posicionou contra o modelo. “A intervenção estatal cria distorções. Temos 33% de informalidade e insistimos na mesma receita. Os estados com maior geração de empregos formais não adotam piso regional”, criticou.
Na contramão, parlamentares da esquerda defenderam a medida. Luciana Genro (PSOL) destacou que o piso representa conquistas históricas da classe trabalhadora. “A CLT e o salário mínimo regional surgiram após muita luta. Retirar esses direitos não resolve o problema do desemprego”, disse.
Zé Nunes (PT) reforçou que o RS possui o menor piso entre os estados do Sul e comparou os índices de informalidade. “Paraná e Santa Catarina já reajustaram seus pisos neste ano e registram menos informalidade que o nosso estado. Lá, o PT faz parte de uma política de desenvolvimento”, afirmou.
Além dos deputados já citados, também se manifestaram Halley Lino (PT), Laura Sito (PT), Leonel Radde (PT), Tiago Cadó (PDT), Professor Cláudio Branchieri (Podemos) e Tiago Simon (MDB).
Mudanças em prêmios culturais
Na mesma sessão, os deputados aprovaram por unanimidade (51 votos) o Projeto de Resolução 4/2025, da Mesa Diretora, que atualiza a regulamentação do Prêmio Vitor Mateus Teixeira e dos troféus José Mendes e Jayme Caetano Braun. A proposta moderniza as regras e unifica a premiação cultural da Assembleia Legislativa.
A Mesa Diretora também apresentou uma emenda ao projeto, que os parlamentares aprovaram sem divergências.
Com essas decisões, a Assembleia Legislativa reafirma seu papel na valorização tanto do trabalhador gaúcho quanto da cultura regional.